quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

All these


"Part of your power... you can call it "ego".
Save yourself, control yourself and finally... know your worst enemy.
Control itself."

"They only push these things to you.
Nothing that you can't do."

"Falling. That's involuntary.
Falling in love. That's irrelevant."

"Saving those lovely words,
for a rainy day.
Waking from a nightmare,
abandoned in a bay.
My own treasure...
pure pleasure."

"Crushing, slashing,
and after all this...
everything is the same."

"Oaths and hay.
Humanly talking,
naturaly dying.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Alvo


Objetivos.
Engraçado, não?
Você pode estabelecer metas pra sua vida, e elas podem, ou não, mudar o curso da tua vida.
Tudo em tua meta pode falhar mas, assim, desencadear uma série de acontecimentos sequer planejados, levando à outro curso razoável... mas não era ali, onde querias chegar.

Mas a pior coisa - convenhamos - é o "nada". Por mais que você se dê mal, você tira lições daquele momento. Mas, e quando "nada" ocorre? Você não tira lições.
Fica neutro. Está zerado.

E aquela meta, que resolveria a tua vida? Planejada meticulosamente, com todos os detalhes acertados?
E tudo... tudo, deu errado. Sua vida despenca diante de teus olhos. Uma queda imensa, quase fatal.

Dizem por aí, que todos temos um momento em que vivemos a chamada "calmaria".
A "calmaria", ao meu ver, é o zero. Logo mais - tenha certeza - chega a tempestade.
Há preparos para as tempestades? Normalmente, é algo imprevisível.
E tem as variáveis... duração, intensidade, desfecho, etc.

É difícil imaginar estes detalhes.

São muitos, porém, finitos.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Olhando, e olhando...


Escorre, feito lava
queima, feito lava
arde, feito lava.
Curva-te!

Dói, tanto
em mim, quanto
em ti.
Deita-te!

Enquanto corres
aos braços da Morte,
fortaleço
meu corpo.

Chame "carcaça",
pois você, torpe,
nem resta,
nem presta.
Apodrece...

Arrependimento, eu chamo
desventura, maldição.
De quem é a culpa?
O que é culpa?
Algumas mentiras.

Correndo contra
o vento, lutando
à mim, à ti,
salvo-nos.
Olha pra ti!

Turva, a tal água
teu rosto, sujo
da lama negra.

Fraqueja,
longe de mim.
Morra,
longe de mim.

Deixe-me sozinho
com meu ego
pelego, cego.
Ojerizo, odeio,
morro aos poucos.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Rechaço


"Zerado" e agindo feito um estúpido, botei tanta fé no que vi, até parece que emburreci.
Perdi tanto tempo, contatos errados, pessoas erradas... pra onde eu estava indo?
Olhei no espelho, vi um torpe.
Estrábico, deformado, falando e fazendo... tudo errado.
Mesmo que eu tentasse, mesmo que eu parasse, havia um conflito.

"Cadê?!"
Depois de um "coma", acordou e olhou pros lados. Nada.
Não construiu nada, apenas criou estórias fúteis... lições de vida, que nada valem.
"Eu disse" - ouvia do outro lado.
Perdeu sua capacidade, e amanhã começa a não-privacidade, ser humano. Já não és tão grande, já não és tão viril... cego, aquele que te viu.
Contudo, o torpe recobra tua mente, e segue pelo caminho de pedra, recomeçando.
Um sonho feito, novas metas, esquecendo o vazio. Vazio aquele, que nunca existiu.
Fumaça, de longe, queres te aproximar da fornalha para, ali, começar a criação. Acelera o teu coração, nervosismo e muitos equívocos, virão.

Tão cego, mas tão atento... me orgulho.
Recuperas-te, seguindo tão convicto, tão alegre, mesmo fora de época. Teus objetivos parecem simples, mas um grande caminho deverás percorrer, até alcançá-los

Tua besta, um filhote, teu rapaz, um bebê.
Que sorte! Boa morte!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Segredo


Cochichos, sussurros
olham para os lados,
silentes e seguros
parados.

Não vi, nem ouvi
"não conto", sorri.

Uma porta, um túmulo
"É o cúmulo!".

7 chaves. Guardo-as, sou forte
até minha morte...
confiança, ou sorte.

Correntes, cadeados.
Todos trancafiados
amargurados,
e amaldiçoados.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Fina Camada de Princípios Exatos


Permita mais uma vez, só mais uma vez... o Piano, soar com harmonia e melodia, agradáveis para si, com o timbre tocado pela perfeição!

Ó, incessável violino!
Ó, harmônico violoncelo!

Não deixem que eu desfaleça... não permitam que eu esmoreça!

Reluto, enquanto tento respirar! Sufocado pelo aço, pelas armas, pelas ordens!
A moral soa mortal, esvaesce o espírito massacrado, e tortura a alma vistosa e garrida... enquanto tua carcaça enrijece!

Minh'alma encontrou as partes da liberdade!
A liberdade do movimento, a liberdade sonora, a liberdade das palavras!
Mas sofre uma terrível repressão, ó sublime!

Não posso mais mover-me, enquanto estou preso ao silêncio mortal.

Maldito dia em que transformaram um número, num clarão que cega os alienados!
Malditos sejam aqueles, que tentam destruir a beleza natural com mentiras brancas e vermelhas! A neve que não existe, e a falsa bondade!
Virtudes, transformam-se em mentiras e metas, em "impossíveis". Virtude, vira mentira e alienação!

Não posso... angústia e alegria estraçalham meus olhos!
Até tu...?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sol


Sorri, o brilho celeste
tão cedo, alegre
ele vem.

Forte, solta tua luz
amorna o solo.

Vem, alumia meu dia
teus raios, agressivos,
aquece meu rosto,
alimenta as orquídeas.

Põe-se, descansa
"é fim do dia",
avisa.

Dá teu lugar à noite
e promete, amanhã,
hei de esquentar.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Velhos passos, novos caminhos


Sigo reto, errante,
não sou perdulário, nem amante.

Horizonte, brinca
quebrando vasos e paradigmas,
separando jóias e arremessando pedras
de longe, a terra trinca.

O chão se abre.
O chão, abre
fendas imensas
cair? voar? Onde estão tuas asas?
Sangue nobre, usa teu sabre.

Quem contigo mexe,
te arremeda, perrengue, sem sangue.
Sem medo, não te zangues,
é praxe.

Nesse velho caminho
sigo.
A ermo, sem indicações te encontro,
meu amigo.

Nessa terra, que esquenta
que esfria, desalenta.
Tem raiva, sede de vingança,
essa terra, dança.

Traga aqueles que amo,
a ti, clamo.
Leve aqueles que apouco,
suplico.

Caminho sinuoso, caminho
velhos passos, novas trilhas
eu ando,
Sozinho.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Renegado


"O maior inimigo do homem, depois dele mesmo, é a natureza."

O homem não quer ser destruído pela natureza. Ele quer destruir, e ao mesmo tempo, morrer.
Por que se preocupam tanto em manter a natureza, mas persistem em destruí-la?
Pois, se houver alguma mega-catástrofe, o homem falha em sua essência... a destruição.
Se formos dizimados por alguma bomba atômica, ou doença feita em laboratório, o homem cumpre seu objetivo.

Pode parecer paranóia, mas estamos caminhando em direção a nossa própria extinção, e cientes disso.
Veja como o homem preocupa-se quando alguma catástrofe foge de seu controle.
Talvez os donos do poder saibam disso, e omitam.

O homem sempre pesquisa, empenha-se e melhora (não sei se essa palavra é aplicável à armas de destruição em massa) seus equipamentos, que tem o intuito de destruir.
A preferência do homem, é o oposta à vontade da natureza.
Enquanto a natureza tem o intuito de prosperar (de um modo geral), o homem tem a preferência por expansão (própria).

Ambição.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

See?


Do dia, da pessoa
sorria, e o sino soa.

Aquele cético,
meio poético,
talvez patético.

Diz palavras bonitas;
mentiras, ilusões
nem te importas...
apenas, razões.

Afeiçoa.
Silêncio mortal, ecoa.

Ninguém presente.
Só ti, residente;
silente.

Feito um golpe fatal,
a realidade,
perda total...
nula veracidade...

...impala-te, estoca-te.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Impagável


Nostalgia inc.
Andei revendo meus conceitos, replanejando, e revangloriando-me de atos.
Mas... sabe? Tenho "vácuos" em minha vida.

Pedaços que parecem faltar. Penhascos.

"Alguém me viu em casa? Nada do meu interesse, nada que me importe... tentei pôr no fogo, mas só alimentei as chamas."

É sério.
Imagino que muitas das coisas que eu poderia ter feito, coisas que me foram impelidas, mas que eu, por algum motivo esdrúxulo, perdi... perdi aqueles momentos.
Passaram, feito a brisa de única de verão, naquele teu primeiro romance.
Você nunca mais a sentirá, se não parar pra sentí-la, para vivê-la.
Tenho pouco tempo, sinto isso. Não é premonição ou sexto sentido, é apenas um realismo sensato.

"Hora ou outra, morre."

Sinto (talvez porque tenha descoberto cedo demais) que aqueles a minha volta, parecem estúpidos. Evanescem, desfalecem, morrem, derretem... por futilidades.
Eu sei que ainda vou sofrer, talvez, novamente. Mas eu sei... isso nos difere.
Não sinto dependências. Minha diversão está justamente naquilo que as pessoas ojerizam, ou repudiam. Seja moralmente, ou fisicamente.

"Imagine como quiser. Realmente, não importa."

Passa por através do dia, e nunca vai embora. Não, não confio em ti. Perdão.
Nós, achamos. Mas, internamente, tenho certeza... não é paranóia.
Vejo com estes olhos, mas refletem numa análise sensata e realista, processada cuidadosamente.

Exatas? Pff.

Sério... tenho dó.

Espero que um dia vejam aquilo que não posso contar. Não posso, e é impossível. Completamente fora de cogitação.

"Under my skin.
Resistance.
This prison."

domingo, 14 de dezembro de 2008

Vasto Desnecessário


Vale desperdiçar seu tempo, com expectativas finais de um projeto/objetivo?
Será que o produto final, atenderá suas exigências? O que você pode exigir? O que pode ser feito?

Dizem por aí, que é impossível voltar ao início para arrumar o final... mas que é possível, criar um novo começo, ciente do final.

E se cometer uma série de equívocos? Quem está errando?

Cheguei, onde queria chegar. Equívocos.
Um equívoco, ao meu ver, é um erro. Por mais que, involuntariamente, dê tudo certo, o equívoco faz com que você não esteja bem preparado para as novas situações desencadeadas por ele.
É como um estopim. Uma pequena brasa, em toneladas de palha.
Um preparo, pode te poupar tempo, além fazer com que seu projeto (seja ele de vida, ou apenas material) tenha maiores chances de atender as tuas expectativas.

Mas, o "impossível" e o "100%" estão paralelos. Ambos não existem.
O impossível só existe pois o ambiente dos homens, impõe limites abstratos.
"100%" é algo abstrato, porque não conheço nada, e nem ninguém, que possa afirmar algo que seja "100%", que não tenha falhas, que não trabalhe com possibilidades.

Algumas fontes por aí, afirmam que 99.2% das estatísticas, estão erradas.
Outras fontes afirmam que, a cada batida do coração, tem 50% de chances de ocorrer uma parada cardíaca.

Imagino que nossa mente tem tanto espaço, mas usamos apenas o que nos convém.
É como uma pessoa pegar 2 amendoins, em um saco que contém 500 amendoins, e jogar o resto fora.



A vida é uma incógnita, e os homens, limitados.

sábado, 13 de dezembro de 2008

"Mentita":Persuasão Falsa


Ahhhh, mentiras... são tão encantadoras.
Sabe aquela fruta colorida, que parece tão doce e apetitosa? Não morda-a, é puro veneno.
Sabe aquela rã, tão pequenina, com cores tão belas e brilhantes? Não encoste, é pura peçonha.
Pois, sim! Não passam de mentiras.

"Mentira", é aquilo que te ilude com o sentimento de estar bem, mas que por detrás daquilo, não passa de um veneno repleto de malignidade.
A mentira é uma verdade distorcida. Sim, "verdade" de veracidade.
"Mas a verdade é o oposto de mentira!"
Não necessariamente.
Se uma mentira não tem verdades, deixa de ser mentira, e transforma-se em uma utopia.

Como de praxe, não exemplificarei.

Seja perspicaz.

Até onde mentir, pode ser algo bom?
Até onde, iludir alguém, ou a si mesmo, pode ser algo bom?

Sinceramente, não sei.
A mentira pode desencadear reações, sejam elas boas ou más.
A mentira pode voltar feito um bumerangue, acertando-te enquanto estás desprevenido;
ou pode voltar enquanto você se prepara para agarrá-lo, e arremessá-lo novamente.

Mas SAIBA! A mentira, é um pacto mortal.
Você vive o bem-estar enquanto ela dura, como um disfarce; mas, logo, tudo se desfaz.
Quanto mais você mente, mais tem que estar atento, até que sua vida torna-se uma mentira.

A mentira pode ter muitos nomes e apelidos, normalmente, dependentes de eufemismo.

"Falsidade, ficção, ilusão... indução em erro, juízo errado, engano"

Faça-a, conte-a, invente-a... mas antes, saiba quem és.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Obsoleto... simples assim.


Segurança é tudo?

Depois de tanto pensar, aquelas grades não são ameaça, aquele portão não amedronta, e aquelas lanças não são tão perigosas.

Um mundo envolto de grades, cercas, barras... estamos todos numa jaula, presos feito os animais que adoramos prender em jaulas.
E eles tem mais controle sobre o mundo, do que nós.

Pois é. Se eles morrem, o mundo vai acabando pouco a pouco.
Se o mundo acaba, todos morrem. Simples assim.

E daí? As vezes, imagino que o homem não é tão importante no mundo, como ele pensa que é.
Ele não consegue "se prever", e todos seus movimentos são involuntários, afinal, ninguém gosta de se destruir. Eles apenas destróem-se por tabela.
Miram naquele alvo, mas os fragmentos atingem os que estão próximos do alvo, entende?

Todos os dias, somos acertados por "tiros de tabela". Todos, sem excessão.

E pra falar a verdade... não me importo.
Simples assim.

Desalento


Um novo dia começa.
Levantar, cérebro esquentando,
acender a luz, esquentar o café.

Caminha, sem pressa
Ir para o carro? Voando?
Irei a pé.

"Trabalhar?" Teu pé, regressa.
"Mas está chovendo. Não irei nadando."
Sem convicção, sem fé.

Vontade? Rara peça.
Entretanto, sinto que estou parando.
Por mim, até!

Não importa, não vou nessa.
Deixe-me pensando...
...quero meu café.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

So... I have to say goodbye?


Sei lá... não costumo escrever dessa maneira. Estava com um post redigido mentalmente, pronto pra ser passado pra tela, e em seguida pro Suco.
Mas eu comecei a pensar, e muito...
Pensei muito, em muitas coisas, muitos momentos, muitas pessoas, muitos dias, muitas horas e então, vi... que poucas tiveram seus valores bem cotados, e muitas tomaram tempo demais de minha vida, sem resultado algum.

Talvez seja o efeito José Padilla... sabe? "Adiós Ayer"

Massacrei tanto o passado, criei tantos futuros, cheguei a padrões inimagináveis, mas acabei me transformando naquilo em que eu nunca... pensei.

Excesso de reticências, sinal de que boa coisa, não é. Prossigo.

Andei pensando em meus amigos.
Pensei nos que se foram, nos que ainda conseguem manter a amizade, e naqueles. "Aqueles" que me conhecem, que me dão a sensação de que estou na presença das pessoas certas.

Mas, sério... vi o quanto nossa amizade deteriorou-se.
Minha amizade, acaba por ser dolorida. Eu espanto eles por um tempo, e quando voltam, nossa amizade está saudável novamente. E sei que isso irá acontecer a qualquer momento.

Mal deu tempo deles se despedirem, e sinto falta deles. Daqueles, que optaram pela distância, pois, daqueles que optam por desvencilharem de mim, pouco me importa.

Por um momento, me vi numa circunstância passada... mas não convém.

Eu meio que ando sem escolhas, e tenho feito aquilo que provém de minha consciência.
Fiquei meio "a mercê", por muito tempo... mas é uma decisão "apostada", por mais que eu ojerize esse tipo de equívoco.
Assim que planejar tudo com um calculismo (meio frio, tenho que admitir), irei dar o primeiro passo.

E aí?

"Adiós Ayer"


OBS.: Quiçá um dia, irei publicar aqui o post sobre o qual comentei. Ainda não é a hora.
OBS².:
Odiei esse post.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Atoleimado


Descascando palavras,
preparando novas safras;
para um não-futuro,
para um não-lugar.

Nada... tão eminente,
tão...
evidente.
E eu aqui,
silente.

Fleumático, inerente de meu ego
feito um prego,
feito um cego.
Presente de grego.

Fiquei perdido,
na safra de palavras,
fiquei escondido:
"Quais dizer?"
parecer "vivido",
ser "sabido".

Frutífera, sonífera;
pútrida, fétida,
Minh'alma permanece,
e você...



...me esquece.

Alternando realidades


Ínicio... não pularei partes.

Bem, temos expectativa e ansiedade pendentes num pensamento que se desloca rapidamente, e flui da mente, aos pés.

"Como será? Por que será? Aonde estarei? Estou perdido? Ou ainda não me perdi?"

Arriscar;
jogar os dados com convicção, e sentir o doce sabor da vitória, como se prevesse o efeito final.

Sim, fomos.
Tudo nos conformes, passando naturalmente (alguns "excetos e imprevistos", trazidos do ponto de partida, senão antes dele) e dando um "ponto de origem" para um futuro e para pensamentos.

Sabe?
O ponto de origem de uma árvore, provém da semente, do momento em que ela é plantada.

E é plantada, floresce, esbanja seus belos frutos, mas em algum momento, você tem de partir.

E neste momento, por mais que você esteja ciente de que ele chega, um vazio, imediato, invade tua mente e corpo, causando um tipo de "espasmo", além da ansiedade incontrolável.
Parece com tristeza, (ao menos, eu acho... faz um tempo que não fico "triste") mas lhe dá forças e convicção para outra volta... para arremessar dados novamente.

E... daí, o curso do teu rio, da tua vida, segue normalmente.

Tédio? Rotina...?


... não sei.
Me responda você.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pele


Em sumo, a vontade.
À mim, devo, deverei, e por mais que eu salde, ainda devo.

Palavras... remetem.

Dor, queda,
alto, medo,
sofrimento, vida,
mentira, palavra.

É uma aposta, jogada ao léu, infinita sob o céu.

Verdade? Realidade?
Um tiro na cara do homem, a queima roupa... aprenda, não dê a cara à tapa.
Não espie pela fresta... entre derrubando as portas.

Vencer? Perder?
Tenha certeza.
Apostar?
Jamais.

"... e a morte, vem como um galho numa correnteza.
Ela é rápida nos dias de tormenta, e um dia deságua em teu mar."

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Corrosão


... e foi aquela liberdade, que prendeu-te a realidade.
... e foi aquele castigo, que levou-te à rebeldia.
... e foi a rebeldia, que levou-te à auto-destruição.

Tudo porquê, fostes preso numa cela psicológica, domado pelo teu domador, inibido pelo teu inibidor... sem motivo, sem culpa, sem razão.
Quando "libertaram-te" com a esperança de verem um homem de asa, viram um rebelde sem causa.
Luta contra fantasmas, apanha de gente, bate em inocente.
E aqueles que só te derrubam mais, e dizem ser teus amigos, sumirão.

Mais daquilo que te mata, que te puxa, que te destrói... mas teu domador ainda está ali.

Só posso lhe desejar boa sorte, e aprender com o que vejo.

5 minutos de nostalgia



Era. Estávamos.

Conversando contigo, e começamos com as brincadeiras... tão tolas, mas tão sérias.
Há quanto tempo tu fugias de mim, via em teus olhos... medo.
Chegávamos muito perto, e quase como um atrito elétrico, você recuava. Mas, por fim, você quis, desejou, e não haviam becos por alí... atiçou meu instinto, que eu tentava controlar.

Calor, tensão, e pouco a pouco você tornou-se outra. Teus olhos cortantes, o cheiro do teu cabelo, do teu perfume.
Não convém entrarmos em detalhes... mas, não posso deixar de falar sobre a maciez de tua pele, e dos amplexos amenos porém, ferventes.

A fim, fitei-te... também não acreditei, não convém mentir.
Foi surreal, mas será eterno o segredo. A lua é nossa testemunha.

Ó, o som de tua voz, tão suave e diferente daquela que ouço com frequência.
Hipnose... entramos num transe profundo, e confortante.

Nostálgico.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Inconclusão e desconsciência


Escuto o som dos teus passos... o solo denuncia-te.
Levanto meio sonolento, e aguardo.

Pensei em diversas situações, mas o principal não passava por minha mente e eu não conseguia refletir, pois era flagelado pela tensão. O telefone tocou. Não atendi.
Continuei ouvindo os passos, e como defesa, peguei uma barra de aço que servia de suporte para minha luneta...

Tanto tempo contemplando o céu estrelado, querendo ver cada vez mais longe.
A extensão daquilo era tão... confortante. Por mais que eu me sentisse ínfimo naquele espaço, sentia como se o mundo quisesse me presentear com o supreendente.

Novamente, os passos... voltei.
Fiquei à beira da porta, só esperando-te para ocorrer a surpresa... minha, ou sua.
Perdi-me nos detalhes entalhados naquela porta, e voltei à juventude.

Quando minha avó pediu que fizessem aqueles detalhes na porta do quarto que, antigamente, era de meus pais. Houveram alguns problemas, e tiveram que refazer os detalhes.
Naquela semana, minha avó ficou doente, muito doente... mas resistia.
Fui visitá-la, e ela perguntou:
- Os entalhes... foram terminados?
Respondi:
- Ainda não, vó. Os responsáveis disseram que haviam cupins consumindo rapidamente a madeira, e que teriam que mexer em muitas coisas alí.
Notei que eu teu rosto, mostrava decepção.
Quando os entalhes foram terminados, estava um tempo sem visitá-la, mas estava ansioso para contar que haviam terminado.
Meus pais estavam resolvendo um problema na loja que possuíam, e eu estava sozinho, quando recebi uma ligação dizendo que vovó havia falecido.
Descobri, depois de muito tempo, o que os entalhes queriam dizer. "Supplere".

Voltei minha atenção para os passos, que aparentavam estar cada vez mais próximos.
O que poderia acontecer? Por que aquilo estava acontecendo? Devia acontecer?
Quando chegara em frente a porta de meu quarto, esgueirei-me bruscamente para ficar cara-a-cara tive duas conclusões:
1ª, ando paranóico demais.
2ª, preciso cortar as unhas de Lucky, e dar menos comida para o mesmo.

Sim, era Lucky, meu cão. Um pouco acima do peso, e com suas grandes unhas... até estranhei o mesmo não ter latido.

Juro... por um momento, para os que não entenderam, achei que um estranho tivesse adentrado em minha casa.

"Homem contra o homem.
Homem de encontro ao homem."

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Insensível


Olhando a esmo
a noite negra
neste campo ermo
teu voar, e enxergar.

Tão alto, teu salto
Planalto, porta-retrato
fui cego, fui tolo; funesto
esqueci-te, num corte...
adios, fui, parto.

Dissestes, pedistes;
imploravas, implacável;
tua fúria, tua ira...
chorastes.

Desaguas em linhas,
curvas e retas,
turvas e pretas.
Caminhas...

Sem destino
salto fino, vespertino
atinge o solo,
deitei em teu colo.

Sonho... espinho.
Morro... socorro.


Esqueço... lua de seda.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Admoestação


"e eu ainda lembro..."

Acabara a lua-de-mel.
Piedade? Poucas palavras.
Aliás, quase nenhuma.
Foi assim:"vivíamos, estávamos"! Nem parece passado, e sim, um sonho antigo.
Hoje, tornou-se perto da rotina; as surpresas tão esperadas, e aquilo tudo ficou tão prolixo.

Serei direto: não esperei nada de tal parte, no começo. Contudo, ainda pulso de alegria.
A imensidão foi tomada pelo vazio, pelo inexistente.
Fraco? Quem dirá... estou mais fortalecido.
Hoje, não tenho vontade. Conversar? Não.

Te amo de manhã.

Pingos e lágrimas de esperança, desaguando num oceano de fraqueza.
Náufrago no nada, escravo do vazio, vítima do invisível, tanto faz...

Tantas vezes falei que não iria correr atrás, e que havia feito minha parte, mas minhas palavras não condiziam com meus atos.


Dessa vez, nada falei...


"... e eu ainda lembro, quando tudo era novidade."

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Folha de papel


Inverno, já passado;
num Verão que venta
não estou parado
assim esquenta.

Viola espanhola...
bateria;
Histeria;
Ouça.

Passeio no parque,
caminhada
Estamos numa enseada;
acho que irás morrer afogada.

Amor & Ódio
Leões e borboletas
Vicio, ócio
Asas e muletas.

Um fim...
trágico.
Não chamem, assim
o mágico.

Quem morreu?
Perguntaram.
Sou eu.
Abismaram.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tormenta Solar


Tormenta.
É época... dias que precisarei suportar com corpo e alma.
Arde, queima... esquenta.
Um reflexo, uma esquiva; necessito de calma.

Meu sangue frio
espesso, grotesco,
Segue feito um rio,
contudo, o cheiro fresco
agressivo, e esguio.

Verdades foram confirmadas,
alma e mente,
desesperadas
com um futuro incerto, infrutífero,
inclemente, eminente.

Resposta
Questão
Alma exposta
Corpo em explosão.

Sinto aquela dor
que estava tão distante
"Impossível! Que horror!"
Aquilo que eu julgava importante
Tornou-se uma verdade cortante.

Volto à minha concha,
pra me abrigar da próxima batalha
Em meu coração, outra mancha
Pra quê? Não espero coroação, ou medalha.
Solidão.

Aqueles que acenam, e despedem-se
aqueles que sumiram, reaparecem
aqueles que apareceram, alí estão.

Bem, só o que posso dizer
Mesmo que eu vá morrer,
Ou até mesmo, crescer.


Esse, é meu último adeus...


...depois que o sol nascer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Instinto Avançado


Estava pensando... "será que o homem perdeu seu instinto natural? Será que podemos chamar o novo instinto, de instinto avançado?"

Sim! O instinto natural do homem, é aquele que provém diretamente do homem, como caminhar, correr, saltar, nadar, escalar e etc.
A partir do momento em que você pedala em uma bicicleta, ou dirige um carro, não é mais um instinto natural.
E você me pergunta: "Qual a importância disso?"

Bem... você sabe o que é altruísmo?
O que nos torna mais "humanos"? Qual a nossa diferença de "racionalidade", para a "irracionalidade?"

"A arte". Qual a importância disso?
"Nós sonhamos". Qual a importância disso?

Nossos atuais sonhos, destróem nossas vidas, e tiram de foco aquilo que é mais importante.
O homem tem que se adaptar ao homem. A natureza foi deixada de lado... a natureza, virou escrava.

Homens, matam-se por questões "artísticas"... os dogmas de uma religião, foram escritos com a mesma idéia que se tem da arte, dos sonhos, e dos pensamentos. Daquilo que nos difere dos animais.
Uma nota de 50 reais, tem toda uma "arte" elaborada em cima. Os detalhes, a onça, os números.
E as pessoas morrem ou matam... por elas. Notas, feitas por alguém da mesma classificação racial que a tua.
Pessoas ojerizam as outras, pela questão musical.
Pessoas matam-se, por esportes competitivos. (torcidas)
As pessoas, matam/morrem pela "arte".

Onde estamos? Migrando para um suicídio massivo.

Pois é, meu amigo, o homem "nasceu" com o propósito de se extinguir.

O homem, nasce puro. Mas é moldado num ambiente onde é impossível não se corromper.
Logo, o homem nasce na sujeira, e é contaminado pela mesma.
O futuro é previsível, a não ser que haja um imprevisto "divino"... a não ser que pelo menos, 99.9% dos homens "limpem-se".

Esse instinto avançado, contribui para toda essa sujeira.
O homem desenvolve a habilidade de pilotar um carro com perfeição, o homem pode voar em suas máquinas, mas não consegue percorrer alguns quilômetros a pé, pois sua capacidade de locomoção é limitada às máquinas.
Consegue vangloriar-se de histórias e atos, mas falece pela questão "natural".

"Criei aquilo, mas não sou capaz de dominá-la. Sendo assim, irei desenvolver algo (ainda assim, requer minha inteligência para ser criado) com o intuito de ser MAIS inteligente do que eu, e calcular algo que EU CRIEI... bem melhor do que eu."

Falando desse modo, soa completamente estúpido, além de incompetente.

Pois é isso que o homem é.
Estúpido e incompetente.
Ele cria armadilhas para si.
Armadilhas, que falham.

Sem...


Centrado, e perdido.

Falta de metas, objetivos.
Não posso planejar... estou bloqueado.
Acidentes, acasos, e destruição massiva.
Não posso planejar... estou bloqueado.

E sim... novamente, limitei.
Não li entrelinhas, não corri atrás dos perdidos, aqueles que tem importância ímpar resolveram migrar, a vida parou mas o tempo não.
É como uma tortura eterna, sem hora pra acabar.

Não estou sofrendo, mas não tenho prazer. Me sinto um frasco vazio.
O brinquedo sem pilha, sem cor. Não está quebrado... mas faltam energias.

Keine lust.

Não há fraqueza, não há estímulo.
Não quero ficar aqui parado, não quero me mover.
Nem nada.

Palavras, imagens, sons, sexo.
Tudo imóvel. Nada me apetece.

Sei que sei... me dei conta.
Parti daqui para o nada, o não-lugar.
Parei, mas tudo se mexe.

Perturba, futuro, esqueço.
A ordem, a desordem.
Nada de caos.
Quarto bagunçado, e empoeirado.

Dormir.
Acordar, sentar e ler. Faltou desejo.
Durmo.
Keine lust.

Falta liberdade, faltam planos.
E a mancha, sobre o tecido branco, fica cada vez maior.
Espessa.
Esqueça.
Durma.
Keine lust.

Um eterno domingo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Polimorfo


Meio "assim".
Indiferente, presunçoso, insano.
Uns idiotas, sabe?

"Ah! Mas viram-te ali, entende?"

Acordavam, almejando minha cabeça... numa bandeja dourada.

"E, sim! Ó, Sim! Mas estou ferido, e minhas pernas estão completamente fatigadas."

Frases que atingiam, não os ouvidos, mas sim, a pele.
Atravessavam, feito flechas de ácido.

"Mentira!!! Mentira!"

Numa tentativa fracassada de ajudar, e prosseguir com um caminho de verdades.
Aqueles, que tentaram e falharam. Todos. Sem exceções.

"Vejam! Está ali!"

Tentaram, e tentaram.
E eu, em meu velho casebre. Minha concha solitária, meu lar, meu abrigo da solitude.
Apenas quis paz, depois de ser açoitado por tanto tempo.
Vinguei-me, e vim pra cá.

"Maldição... perdi de vista. Deve ter entrado naquela floresta escura."

Alguém havia invadido minha privacidade.
Ferido, amedrontado, sem apoio.
Estava lá, o pequenino.

"Tomem cuidado! Tomem muito cuidado!"

Alguém batia enfurecidamente em minha porta, mas nada falava.
Perguntei, gritei. Nada.
Sem escolha, uma hora a porta iria ceder.
Pra quê adiar? Se eu fosse morrer, aquela seria a hora.

"É noite. Perigoso demais! Voltemos!"

E então, abri...

"O que foi isso? Ouviram algo?"

Uma dor imensa tomou conta de meu corpo e mente.
Meu coração ardia, meus pulmões eram esmagados, todos meus nervos estavam apertados e meus músculos contraíam-se, causando uma dor ainda maior.

"Esperem... acho melhor verificarmos."

Quase um coma. Não me lembro de nada.
Ou melhor... não quero.

"Ei, ei! Não vão muito longe!"

Eu vi. Em minha essência, haviam dois símbolos.

"Meu Deus! Corram! Corram!"

Já não era mais "eu".
Agora...

"Evanesceu! Mas... como?"

...sou "Eu".
Minha força e espírito, foram fortalecidos.
Minha mente abriu-se, e criou um novo mundo.
Tive medo a princípio... mas, eles viram.
Todos. Os tolos e sábios.
Novos mundos, novos oponentes, novas pessoas.

Morro por meus sonhos.
Morro...

Burning Sense


A essência de meu ser é perturbada pela veracidade de alguns fatos.
Momentos, em que distingui paranóia de realidade, e separei o trigo, do joio.
Será que sairei, levando apenas lições? Realmente... foram as melhores, e meu "eu" foi moldado para um "Eu" melhorado, não obsoleto, contudo, ainda meio gelado.
Conservei alguns dos piores aspectos, e ainda não sei dobrar-me às pessoas.
Algumas, tem certeza de que me curvo, enquanto, repito, só jogo quando sei que não irei perder nada.
Perco o "jogo", mas dalí, tiro algo. Se eu ganhar, é lucro, e meu foco passa a ser outro.

É muito fácil eu suprir o prazer súbito, momentâneo, de outrém, enquanto tiro, ou carrego um pedaço daquilo que eu queria.

"Você teve seu momento, enquanto jamais terei que fazê-lo novamente... mas o que tirei de ti, será eterno."

Pode ser doloroso, me desfazer de algo que, antes, me deixava feliz.
Porém, é mais doloroso, insistir em tentar elevar o nível, enquanto sou tratado como "miséria".
Dói, mas quanto antes eu me livrar daquilo, mais rápido será o desapego, por mais que não seja meu sincero desejo.

Tenho 2 lados, em meu ser.
O "eu rapaz", aquele pequeno garoto tímido, contudo, sorridente e doce, e, a "besta", determinado, irado, desapegado e ácido.

O cão, e o gato.

Fiel, bom, agradável, mártir, e bem aventurado.
Vingativo, sagaz, persuasivo, e amante da malícia.

Não que eu seja megalomaníaco, a ponto de dizer que isso é "digno de perfeição".
Mas, meu "eu", depende de como a pessoa age, fala, e trata.

Enfim... essas auto-descrições são estorvantes.
Muitos não acreditam no meu "desapego"... mas digo-lhes, "desacreditados", que as pessoas tem valores à mim.
Valores que podem ser extremamente aumentados, ou drasticamente diminuídos/extinguidos.
São coadjuvantes de minha vida.

Não posso supervalorizá-los, e desvalorizar minha vida, pois, sou eu que estou vivendo-a, não é mesmo? (explicação completamente desnecessária)
Eles tem sim, um papel importante.
Mas não o tanto que "acham".

domingo, 2 de novembro de 2008

Vitórias, derrotas e deslizes.


"Onde estaria sem você?
Perdido... pra sempre.
O que faria sem teu amor?"

O Lobo uiva.
A noite naquele clima mórbido, contudo, a Lua brilha, alegre e cintilante.
O Sol castigou-me durante o dia, pois peregrinei sem descanso, sem ambições e sem esperanças, e o calor sentia-se desafiado pelo nômade.
Sinto que estou indo em outra direção, caso o final não passe de ilusão.
Só o aguardo para refazer os planos e migrar noutra direção.

Pode ser... que tudo dê certo, e migremos para os Vales da Amizade.
Pode ser... que tudo dê errado, e tenha que arquitetar novos planos, passando pelo Cânion da Perdição, em rumo aos Campos da Felicidade.
Contudo, dependo da ação executada pelos Sabres Paradisíacos.

Medo, frieza, percepção e futilidade... passei em branco.
Aprendi muito. Muito, em tão pouco tempo.

"Poli minha armadura, afiei minhas armas, enquanto ainda tento seguir pelo caminho tortuoso, na esperança de atingir metas.
Me feri demais em várias guerras, que passaram, e outras novas guerras resolvem surgir."

O que foi dito? O que foi prometido?
O que fiz? O que fizeram?

A resposta, é uma.
E essa mesma, varia de acordo com as ações.
Tudo, ou nada.
Todas podem ser respondidas por algum desses modos, ou nenhuma pode ser respondida.

Um fardo.
O, fardo.

sábado, 1 de novembro de 2008

Crônico


O Piano não cessa.
Pelo contrário.
Melodia agressiva e sinistra, nada parece pertencer àquele tempo, àquele momento.

Nem roupas, nem o modo de pensar, nem a música.
Tudo errado.
Não pertence. Não deve. Não sente.
As pessoas não deveriam estar alí, as pessoas que deveriam estar mortas.

E tudo cai, feito louça frágil, no solo "firme e rígido".
Quebra, quebra, quebra.
Delícia!
Tanto tempo que o caos não me dá prazer, e a vontade de destruir surge.

Grita de desespero, e agoniza por algo que não existe...
Dor psicológica, morte cerebral.
A torre de sal no mar, destruída lentamente.
Entra em curto, e a gargalhada gutural, maliciosa, paira por sobre o ar.

Não devia estar aqui.
Não deviam estar aqui.
Eu.

Não devia estar aqui.

Anacronismo? Ostracismo.
Solitude? Solidão?
Posso escolher?

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Desfecho...? Haha! Morreu na praia.


Afinal... será que estou fazendo certo?
Será que meu modo de agir, é mais do que penso?
Ou meu modo de pensar, e menor, do que o meu "agir"?

Infernos...
Evito equívocos, mas não consigo enxergar-me de uma maneira mais panorâmica... ampla.
Fiquei cego em muitos de meus atos, mas de quê adianta enxergá-los, e não conseguir agir com sincronia?

Meu amor é um paradoxo.
Meu asco é paradoxal.

Às vezes vivo tanto, que a morte passa perto.
Nunca morri. Se morrer, será por "justa causa".
Se eu tiver que morrer, faleço.
Senão, prossigo em minha caminhada, nessa trilha tortuosa, chamado vida.

Mas... sinceramente?
Acho que ela tem medo de mim.
Não de mim... pois sempre que tenta, alguém ganha a batalha por mim.

O que estou dizendo... haha
A loucura me consome.
Amo isso. Mas tenho qualquer tipo de repulsa.
Loucura é pra fracos. Fracos de mente, fracos de espírito.
O fato d'eu reconhecer isso, me torna mais forte.
Logo, loucos serão aqueles que chamam isso de loucura.

Algum dia eu hei de alcançar os Sabres Paradisíacos.
Tocá-los, embainhá-los.
Desembainhá-los-ei, e com eles, estocarei a realidade com um golpe estalido, e seco.
Hahaha
O risonho, o tolo, o mentiroso.
O forte, o espirituoso, e o sábio.

Todas as cartas.
As fachadas de uma mente capciosa, os trunfos do espião.

Amo.
E o Piano toca.

Methode Naturelle


Um simples salto...
Parecia tão alto,
Parecia tão distante.
...executado num instante!

Reúne o momentum
a história e beleza,
completamente inexistentes,
à quem vê, e acha que tem certeza.

Sim! Aquilo que chamavas impossível.
Não... não existe "incrível".
Você quer, Você pode,
E a vontade, explode. O desejo, explode.

Rá!
Àqueles que um dia duvidaram,
àqueles que debocharam,
mentiam, esculachavam,
Tiveram que engolir, a direção contra a qual marchavam.

Hoje, não há limitação,
Não tem campo de ação.
Ajo, faço, corro, salto, escalo,
O instinto humano acordando enquanto ainda,
falo.



quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Zero-Quéro



Olhei pro rádio-relógio: 13:07.

Tarde.
Início de um dia vazio.
Tomo meu café e "almoço".

Aquela sensação de preguiça e indisposição, mesmo gozando de uma saúde dita "invejável" (por mais que eu discorde), resolvem me perseguir novamente.
Novamente, pois, não é a primeira, nem última vez que isso acontece.

O dia "zero".
Sem vontade, sem desejo, sem problemas.
... zero.

Não quero voar, não quero pensar.
Agir? Nem cogite...
Hoje eu não quero.

O dia vai acabar mais cedo pra mim, e acabará como se nunca houvesse acontecido/existido.

Enfim, eu continuaria a escrever... mas não quero.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os Sabres paradisíacos, e a Orquestra de Pinguins


- Onde estou? - indaguei, ao recuperar a consciência.

Olhei em volta; campos silvestres, céu limpo e sons harmoniosos.
Harpas, sinos, violões, pianos e outros sons os quais não conseguiria descrever ou nomeá-los.
Ninguém... somente eu, e a vegetação local.

Meio atordoado, meio grogue... levantei.
Parecia um sonho... quiçá fosse um sonho.

Vida?

"- Acorde! Acorde! A história de luz! O vento eterno!" - uma voz ecoou, do nada.

De algum modo, aquilo me deixava calmo.
E, de repente, minhas asas cicatrizaram, e tornaram-se brancas.
Meus pés deixaram o chão.
Voei. Rodopios e diversas outras peripécias.
A gravidade desistira de me desafiar.

Cheiro... cheiro de liberdade!

Um portão imenso surge.
Seriam aqueles Pinguins, portando sabres de brilho nunca antes visto, os guardiões daquele lugar?
Tive medo, por mais graciosos e engraçados que eles fossem.

Mas, o que mais me chamou atenção, era que a melodia vinha de dentro dos portões.
Tão linda, suave, serena... orquestrada pelos Pinguins.

Um eclipse perturbador, fez com que eu voltasse a realidade.
Caí... e mais uma vez, estava inconsciente.
A escuridão.

Utópico? Talvez.
Surreal? Quem sabe...

São nuvens.
De pensamento, de chuva, de fumaça;
de poluição, de gás;
bela, artística, feia.

Como enxerga-as?
Como quer vê-las?

"So so."

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Revertério Neutral


Tem coisas que meu consciente digere involuntariamente, e ainda passa mal;
vomita, cospe, xinga, tem gastrite atacada e morre de úlcera, só por ver aquelas besteiras e futilidades.

Tenho dó.
Bando de babacas. Perdem a oportunidade de ficarem quietos.

É cada comentário idiota, feito só "por fazer", sem conteúdo que valha qualquer tipo de análise.(da mais esdrúxula, à mais complexa e profunda)
É uma submissão tão... animal.
E - pasme - COMPLETAMENTE DESNECESSÁRIA!!

Tenho dó... dessas pessoas que parecem copiar as futilidades dos animais, vulgos "irracionais".
Acho que um cachorro consegue expressar-se perfeitamente diante de outro cachorro.
Mas, esses idiotas... mal sabem a sua língua nativa.

Pior. São aqueles que "acham", que se entregam feito "bijouteria falsa, da pior qualidade".
"Lembrancinha, de festa de aniversário de pobre".
As fezes do rato leproso, que foi digerido pelo gato cego, que foi ferozmente devorado num churrasquinho grego, localizado no Parque Dom Pedro II.

Argh!
Asco supremo.

Sinceramente, espero que morram.
Da morte mais rápida, pra não terem chance de se reproduzirem feito baratas.

Aqueles mais próximos, dizem:
"Mas você deveria desejar o melhor, e assim, quem sabe, eles melhorariam o jeito de ser!"
Não... eu não espero.
Prefiro que morram pacóvios, contudo, rapidamente.
Bem melhor do que esperar milhares de anos, pra esses limítrofes evoluirem.

Francamente...

domingo, 26 de outubro de 2008

Sueño


"Under the sea, you cried for the unimaginable and for the impossible...

...utopian and abnormal."

Num fim de tarde, o sol, por detrás daquele imenso mar, feito esperança
Os delfins, e teus sons... sonares. Pela primeira vez, compreendi.

Sim! Nomes!

O céu. O sol. O mar.
E eu, apenas assistia. Apenas, ouvia.
Meu coração explodia, e meu êxtase era cada vez maior.
Tudo tão calmo, tudo ecoando com uma sonoridade serena. Tudo.

O cheiro, o som, o ar.
Não sei se flutuava no ar
Não sei, quiçá n'água.
Pois, era tudo tão surreal.
Pela primeira vez, posso dizer que conheci parte da perfeição.

A beleza.
Ó Beleza, minha vista amar-te-ás, se fores constante, afinal.

O sonho... tão raro.
Visita de minha Inspiração.
Quem se importa com a verdade, quando um sonho é harmonioso?

Vede... sois como terra.
És, pois, o solo fértil dos sonhos.
Floresça! Cresça!

Ó! Caminho!
Perfeição? Talvez.

"... and then, the wind gone wild.
He took it... the dream on course to perfection. "

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ansas


Ah, sinos! Teus sons... soais tão bem!
Minh'alma tão corrompida, destinada ao fogo da solitude.

E pensar...
... pensar me faz bem! A solitude me faz bem!

Posso não ser rei, mas já regrei este mundo.
Este e aquele.
Tenho controle, tanto emocional, quanto impulsivo!

Soai! Soai!
Vede! Refletes!
O espelho e tua verdade!
O reflexo, os detalhes!
Olhas apenas para ti... veja o vulto esgueirando por detrás de teu corpo, esperando apenas uma brecha para apunhalar-te!

Mas ouço! E como ouço!
Por razões, as quais não sei explicar... regro este mundo!
Conheço-te, sei manipular-te, e teus pontos fracos transparecem.

O calor feroz e indomável.
O algoz, o mentiroso, o mímico, a bela e a fera... todos personagens, não de uma ficção, não de uma fantasia; mas sim, de nossos pensamentos!
Fui Pierrot, mentiroso.. sou algoz, consumo minha besta!
Feri, e salvei a Bela.

Um Império gélido, corrompido e fétido.
A Resistência, ferve feito óleo quente, derramado sobre a pele dos heróis da fronte!

Enquanto o conflito prossegue, eu gargalho.
Não de sarcasmo, nem de ironia.
Felicidad! Alegría!

Sorriam, meus amigos!
Esbocem o melhor de teus lábios, o júbilo na expressão de teus olhos!
Deixe as chamas da ventura corroerem-te!

A sensação é doce! É oxigênio!
É música para teus ouvidos!

Sim! Queimaduras que ficam, e ainda ardem!
Sim! Cicatrizes que demoram a fechar, e talvez... talvez, nunca se fechem!
Mas, deixe o prazer, aproveite o prazer, seja o Prazer.
A dor virá depois... mas, pra quê, pra quê viver em dor? Por que não aproveitas a oportunidade de um momento de alegria?
Viva o contentamento, e deixe a ressaca do mar das mágoas levar-te até a maré da perdição!
Caleja teu coração, tua mente!
Deixe teus olhos verem, não limite-os!
Cegos guiar-te-ão? Não permita!


Trilhemos em direção ao som!
Soai! Soai, ó, Sinos da Liberdade!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Caminhando embriagado


A cada momento, cada instante, cada passo.
Se eu tropeçar, prefiro que riam, do que sintam pena.
Mais fácil... não me embaraço.
Nós, as linhas tortuosas e com destino incerto.
Tantas dores, tantas feridas... tudo abstrato, mas perto.

Se digo que faço, me chamam de insano, e dizem ser impossível.
Se faço o que digo, recusam-se a olhar.
Mágica? Algum artíficio maléfico, ou invisível?
Haha! Pudera eu... cegar teus olhos, apenas para me curar.

Torto, sinistro e agressivo.
Gélido, pútrido e perigoso.

Eles crêem? Você, crê?
Correria com a "manada"? Junto com aqueles que te atropelam?
Rá! Eu corro contra, e se precisar, machuco-os!
Dizem que te amam?
Você crê...?

Você.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Neutralizado?


Estou aqui sentado, tomando café, enquanto penso no quão ruim e bom pode ser um dia.
Um dia acabar "neutro", é bom? Um dia em que o bem te seguia, mas o mal te fazia tropeçar?
Acabar bem, mas pensar na parte ruim... acabar mau, e lamentar por não ter sido completamente bom.

Afinal...
Sabe? Eu posso dizer que estou bem.
Mas não tenho inspiração, pois ânimo e disposição tiraram férias.
Grandes números, o avião passa aqui, espalhando meus pensamentos com seu imenso barulho, assim como um vendaval numa pequena sala lotada de papéis.
Provavelmente, esta reflexão terminará confusa... ou talvez não.

Descobri que gosto de desafiar o frio.
Descobri, que gosto de correr na praia - fria e garoando - sem camiseta.
No começo a sensação é péssima, pois, ao mesmo tempo em que caíam gotas em meu peito, e escorriam até minhas pernas, eu agonizava.
Pois alí, onde gotas dilaceravam meus nervos, transformou-se numa armadura contra o frio... já não o sentia mais, e as gotas viravam uma massagem minuciosa.
Rá! Venci-o, e minha resistência era cada vez maior.

O Sol? Grande amigo de longas datas.
Já fomos inimigos, e minha pele foi queimada sem piedade, além de quê, dormir era agonizante.
Hoje... hoje saio no sol, mas ele não me atinge com tanta raiva.
E o protetor solar - haha - escorre em minha pele, junto com o suor.
Suor, que limpa minha pele; e todo aquele acúmulo de dor e ódio, sai pelos poros da mesma.

Num dia de sol, em que consigo recuperar algumas perdas.
Recupero minha esperança, minhas forças e minha essência.

Ahhh... o "tempo" que me aguarde.

Pois é, estamos em horário de VERÃO.
Estamos a meu favor.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mormaço de palavras


A insanidade me persegue.

Depois de vendavais, tempestades, tornados e terremotos, entrei em êxtase num dia de sol.
Alcei vôo, rodopios e outras peripécias, até minha fadiga esvair-se.
Quão bom... gastei toda energia - boa e má - com melhoras.

Céu limpo, o sol tão belo.
Céu, ainda limpo, estrelas e lua cheia.

Já não me sinto mais cego.
Já tenho disposição pra aguentar aqueles dias, cinzas e escuros, de tortura.
Que venham... estamos quase no fim, e o fim, promete.

Veja, que belo pôr-do-sol.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Virilité... Piano Oiseau


Vocês sabem pouquíssimo sobre mim.
Ou, acham que sabem.

Não há equívoco.
Afinal, vivo descobrindo.
Descobrir, mantém-me vivo.

Vocês, cegos e fracos de espírito;
à mim, digo, são como vômito.
Aliviam, contudo, estorvam.

Sou carne, sou afã.
De longe, azáfamo e sério.
Por perto, sou espirituoso e aprazível.
O vício e dor; consumo e cansaço.
Bom e delicioso; ânimo e disposição.

Contudo, sou um recurso àqueles que sabem usufruir.
O néctar, saboroso e doce, à não tão faminta boca.
Não sou megalomaníaco.
Depende de ti, saber diferenciar tolice, de verdade.
Pra que tanta seriedade?
Seja astuto.
Seja, quando necessário, inclemente.

Afinal, amor pode ser para os tolos;
quando bem utilizado e interpretado, para sábios.

sábado, 11 de outubro de 2008

Lâminas e suspiros


Ah! A negação...

Todos diziam... amigos, inimigos, parentes e desconhecidos.
Alguns, com o intuito de me empurrar para o penhasco;
outros, com o intuito de forçar-me a caminhar.

Sem objetivo.
Tudo é tão fácil pra quem vê. E agora?
Fraqueza de minha parte? Equívoco?
Não sei. Nem me importo.

Afinal, qual o propósito?
Eles só falam, só reclamam. Teus gritos me afligem.
Sinto que falhei. Ninguém disse, apenas o dia e minha intuição.

Sim! Falhei contigo... falhei convosco.
Agora fico aqui, novamente, nesse penhasco.
Sabe? A visão não é tão ruim, por mais que seja monocromática.
Vejo-os, comemorando.
Vejo-os, dando-me as costas.
Vejo-me, sentado, pensando.

Pensar dói.
Sempre tive essa conclusão, contudo, sou estúpido.
Quanto mais quero me libertar do sofrimento, mais quero pensar.
É um paradoxo.

O cheiro de cinzas, a angústia... a sua voz enfraquecida, enraivecida.

Ó besta, onde estás?
Não ruge com tua força, não percorre mais aquele caminho estreito?
Medo? Ira?
Sinto-me mais bestial do que ti.

Um chuva de espinhos finos... chamados "Saudade".
Fincam-se na pele, e só dói quando toco nos mesmos.
Um momento, e meu corpo absorve-os.
Vejo que aqui não é meu lugar, pois tudo mudou de uma forma tão drástica.
Eu mudei. E ninguém me conhece mais.
Poucos, são os que posso chamar de amigos.
Mesmo assim, a desconfiança ainda rodeia-me como uma labareda, cada vez mais forte.

Eu apenas assisto, e fico gargalhando.
Alguns acham que tem minha confiança... pouco sabem da "verdade".
Eles não tem a necessidade de saber, pois se a tivessem, haveriam perguntado, não é mesmo?

Perdoem-me

Não posso me acostumar a "estar".
Parece que, por mais que eu saiba atrair as pessoas, estou destinado a viver sozinho, viver feito um fantasma.
Poucos me vêem, alguns tem medo, e outros nem notam minha presença.
Não vou aderir "esse" defeito, como crueldade divina. Talvez, eu tenha escolhido "isso".
Sei conviver com "isso".
O problema, é quando faço contato... desacostumo.
Minha Consciência aconselha-me: "Não vá... eles irão esquecer de tua existência, e voltarás, deprimido, ao seu posto inicial".

Mas, como falei, sou estúpido.

Ironicamente, hoje senti saudades de algo que nunca vi, senti, ou cheirei.
É horrível. Péssimo, desgastante, além de ridículo.
Déjà vécu? Déjà senti?
Não sei.

Acho que estou enfraquecendo...
Preciso medir meus passos.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

The Edge


Mais uma vez. Outro dia.

Som baixo, a voz escorrida... tudo é tão triste.
Segredos, mentiras, e falsidades.
Uma pena. E o dedo, em riste.

Não é uma questão de dividir.
Estou respirando pó de vidro.
Liberdade? Ir e vir?
Pode ser. Marque para amanhã, não estou me divertindo.

Hoje não estou. Hoje, não sou.
Estamos feridos... Eu e eu.
Respirar cansa, e cansar, dói.

Me seguram... não quero.
Deixe-me pular novamente desse penhasco, de peito, em direção àquelas estalagmites.
Tuas mãos, tão tenras; teu toque, tão suave.
Essa sedução. Essa maldição.
Não há melodia, não há ave.
Não procurei, e caí num alçapão.

Ah, que preguiça.
Quero ficar caído aqui, sangrando.
Preguiça de agonizar, preguiça de levantar.

Deixe a maré me empurrar...


... até ela cansar.

Rumos


Cinza, gelado, péssimo.

E eu aqui... parado.

O guerreiro da fronte, que aguenta todos os golpes primários.
Aquele, que é capturado pelos inimigos, e dado como morto pelos companheiros... o pobre diabo.
Escapa, com as piores condições. Descalço num pântano mais venenoso do que um exército de Taipans.
Sobrevive... dado como morto pelos inimigos, e os companheiros chamam-no de desertor.

Tantas coisas, e aquele guerreiro vê, que não é um inútil. Tua vida tem propósitos.

"Pra onde ir? Com quem falar?
O quê falar? Por que?"

- Maldição... de que me adianta o dom e a habilidade, se oportunidades não surgem? - indagava.
- Talvez, alguém não queira que você morra... - respondia, sua Consciência.
- Mas quer que eu sofra, também. - retrucava.

Não podes procurar por verdades, pois necessita de um mínimo de oportunidade.
Descobristes as trevas, e parte do paraíso. Cumprirás tais tarefas que lhe foram impelidas?

- Não. Não mais irei viver pelos outros. - respondia, decidido.
- Então, que assim seja! Sigamos! - dizia a Consciência, alegre.

A verdade não importa.
Valores não importam.
Viva cada momento de glória e felicidade, para que a nostalgia valha a pena, guerreiro.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Chuva de brasas


Verdade seja dita.

Muitas vezes, detrás da besta, há um homem.
Aquele "pequeno"... o rapazote.

A casca que foi desenvolvida, a proteção e o veneno com a qual a verdade foi banhada, e o rapaz perde-se.
Tão sólida e resistente, que é impossível recuperar aquela... pureza.
Tudo caminhava de uma maneira tão lenta, contudo, quando olhei para trás havia caminhado por sobre três mundos... os piores.
Era tão péssimo, que me acostumei. Tornei-me um animal, uma besta, enquanto meu lado humano dava adeus.

O caminho era longo, e ainda não me acostumava com aquele corpo "bestial".
Forte, ágil, viril e sagaz.
A velocidade era intensa, constante. Percorria feito um lobo, e tinha a visão de uma águia.
Quando notei, já não era mais "eu". Eu era, mas não era "eu"

Fui fraco, e tornei-me um animal.
Sucumbi à besta, e a casca tornava-se mais sólida e grossa.

Cada vez mais, me sinto péssimo por ter que voltar aquele caminho... a pé.
Tenho controle da besta, mas a casca que envolve minha essência me desafia.

Somos um.
Mas não sou eu.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Big Sam, e o velho Morcego 204


Big Sam, como era chamado, o desconhecido da estrada.
Falava pouco, e por isso, pouco se sabia desse velho homem.
Possuía uma velha caminhonete, contudo, potente como um corcel bem tratado e forte como um leão viril e corajoso, a qual ele denominava "Morcego 204".

Big Sam aparentava ter um amor especial pela caminhonete... algo completamente bizarro.
Não tinha família, ou amigos. Todos temiam-no, pois algo em teu passado aterrorizava os preconceituosos.
Diziam que Sam envolveu-se numa briga em um pub - desses, em beira de estrada - e matou dois homens.
Outros, falavam que Sam não tinha moradia, pois havia assassinado a ex-mulher, e que a mesma assombrava a casa.

Estórias. Quem falava a verdade?

Tinham, também, as pessoas que diziam apenas que Sam era um velho caquético e anti-social;
Outros, diziam que o mesmo era tímido por causa de problemas familiares.

Bem, só digo o que já vi... Sam tem um bom coração.

Posso dizer que tenho uma vida normal.
Trabalho no Posto 708, o bebedouro dos que tem sede por aventura.
Sam sempre abastece comigo, porém, fala pouco. Ou melhor, o bastante.

- Pode encher o Morcego. - pedia, falando de sua caminhonete.

Contudo, em frente ao posto, uma senhora idosa guiando uma Opala 72, acertou um rapaz que dirigia uma Harley.
O pobre coitado, foi arremessado muito longe.
Big Sam pegou o velho Morcego 204, e correu para tentar ajudar o rapaz - nisso, a velhinha já havia se mandado.
Só ouvi Sam dizer:
- Volto para acertarmos! Desculpe! - disse, partindo com o rapaz ferido, logo em seguida.

Bem, não tardo a dizer que tudo passou por minha cabeça (essa é a desvantagem de se morar num lugar quase que isolado do mundo externo), desde Sam desmembrando o rapaz e vendendo os pedaços para alguma tribo de canibais, ou levando o rapaz para a cidade em perfeitas condições, e recebendo algum tipo de bonificação milionária pelo feito.

Já havia esquecido o fato, e Sam, já havia pago o que devia, quando o rapaz surge e pergunta:
- Onde está o senhor que socorreu-me aquele dia? Ele mora por aqui?
Expliquei a ele que nunca fiquei sabendo se Sam ao menos tinha uma casa.
O rapaz pediu-me um favor:
- Você poderia agradecer em meu lugar? Raramente passo por essa estrada, e temo que não possa agradecer ao senhor que me salvou... - olhou para baixo, respirou fundo e continuou - se possível, entregue isto à ele. - e entregou em minhas mãos, um envelope.
Respondi que sim, e o rapaz partiu, meio cabisbaixo.

Três semanas se passaram, e não tinha notícias de Sam.
Comecei a ficar preocupado quando o rapaz retornou para perguntar se eu havia entregado o envelope para Sam.
Disse que não via Sam, por quase um mês.
O rapaz mostrava-se decepcionado, e entregou outro envelope à mim, repetindo o pedido anterior.

Era domingo.
Recebi o jornal (entregue apenas nos finais de semana), e procurei por notícias que pudessem indicar algo relacionado a Sam.
Descobri na seção de finados, que Sam morrera de infarte.
A princípio, fiquei muito triste.
Achei que fosse maldade de minha parte, mas resolvi que abriria um dos envelopes, para ver do que se tratava:

"Pai, desculpe por ter ficado longe do senhor por todos esses longos anos. Achava que você fosse arrogante, egoísta, e ignorante, pois vovó nunca gostou do senhor, e falava coisas horríveis de ti. Tudo mudou, quando descobri que aquele homem que socorrera-me com tanto cuidado, era meu pai. Todas histórias, deboches, mentiras e fraquezas desintegraram-se para mim. Pai, volte pra San Francisco... temos muito para conversar

Joe"


É... acho que a vida não é tão justa.
Jurei a mim, que não abriria o outro envelope.
Não até minha pena por Sam esvair-se.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Vontade. Quero.


"Sinos bateram, e os sons repercutiram em todo meu corpo.
Amo estes sons..."

Aquela vontade súbita de escrever atacou-me.
Porém, minha inspiração não está presente.
Reviravoltas, e meu ser mudou num piscar de olhos... sem mentiras.

Sim! Num momento de morte e profunda reflexão em erros, uma vontade ENORME de estar alegre, flamejou em meu peito.
Não era eu. Faltava pouco.

Ó, mas que milagre! Finalmente, piedade.
Corpo, mente e alma, estavam fatigados de tanto agirem sozinhos. Nada bastava, e doía só de ouvir e respirar.

Após incendiar meu ego, fiquei um tanto livre.

Mas quero voar novamente... não com essa asa.
Dolorida, fatigada;
bela, e delicada.

Queres ser minha asa? Acompanhar-me, e estar ao meu lado?

Acompanhar-me-ás? Convido-te.

Amo-te, pedaço de mim.
Porém, é assim como te julgas, e não suportarás minha besta-fera por muito tempo.

Vita.
Alegria.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vingança?


A realidade resolveu ferir-me com a chama da imensidão e do azar (má, ou falta de sorte), enquanto estava tão desprevenido.
O que pude fazer, enquanto uma chuva de desgraça caía sobre meus ombros? Nada... a não ser aguentá-la da pior maneira. Como uma saraivada de flechas atingir-me-ia do nada, ao nada?

Não tinha como atacar o inimigo, pois não o via.
Não tinha como me defender, pois não enxergava a direção do ataque.

Maldição... Deus sabe.
O que preparas para mim?
Imagino a batalha que virá. Pois, uma onda como essa, não vem à toa...

Ao bardo na chuva, o pouco é muito, e o grande torna-se pequeno.

- Que venha! - vociferei, com ódio.

O que posso esperar?
Isso é uma batalha. Somente os habilidosos vencem.
A sorte é um quesito esdrúxulo. São raros, os que vencem pela sorte.

Eu quero

Não temo.