sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Desfecho...? Haha! Morreu na praia.


Afinal... será que estou fazendo certo?
Será que meu modo de agir, é mais do que penso?
Ou meu modo de pensar, e menor, do que o meu "agir"?

Infernos...
Evito equívocos, mas não consigo enxergar-me de uma maneira mais panorâmica... ampla.
Fiquei cego em muitos de meus atos, mas de quê adianta enxergá-los, e não conseguir agir com sincronia?

Meu amor é um paradoxo.
Meu asco é paradoxal.

Às vezes vivo tanto, que a morte passa perto.
Nunca morri. Se morrer, será por "justa causa".
Se eu tiver que morrer, faleço.
Senão, prossigo em minha caminhada, nessa trilha tortuosa, chamado vida.

Mas... sinceramente?
Acho que ela tem medo de mim.
Não de mim... pois sempre que tenta, alguém ganha a batalha por mim.

O que estou dizendo... haha
A loucura me consome.
Amo isso. Mas tenho qualquer tipo de repulsa.
Loucura é pra fracos. Fracos de mente, fracos de espírito.
O fato d'eu reconhecer isso, me torna mais forte.
Logo, loucos serão aqueles que chamam isso de loucura.

Algum dia eu hei de alcançar os Sabres Paradisíacos.
Tocá-los, embainhá-los.
Desembainhá-los-ei, e com eles, estocarei a realidade com um golpe estalido, e seco.
Hahaha
O risonho, o tolo, o mentiroso.
O forte, o espirituoso, e o sábio.

Todas as cartas.
As fachadas de uma mente capciosa, os trunfos do espião.

Amo.
E o Piano toca.

Methode Naturelle


Um simples salto...
Parecia tão alto,
Parecia tão distante.
...executado num instante!

Reúne o momentum
a história e beleza,
completamente inexistentes,
à quem vê, e acha que tem certeza.

Sim! Aquilo que chamavas impossível.
Não... não existe "incrível".
Você quer, Você pode,
E a vontade, explode. O desejo, explode.

Rá!
Àqueles que um dia duvidaram,
àqueles que debocharam,
mentiam, esculachavam,
Tiveram que engolir, a direção contra a qual marchavam.

Hoje, não há limitação,
Não tem campo de ação.
Ajo, faço, corro, salto, escalo,
O instinto humano acordando enquanto ainda,
falo.



quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Zero-Quéro



Olhei pro rádio-relógio: 13:07.

Tarde.
Início de um dia vazio.
Tomo meu café e "almoço".

Aquela sensação de preguiça e indisposição, mesmo gozando de uma saúde dita "invejável" (por mais que eu discorde), resolvem me perseguir novamente.
Novamente, pois, não é a primeira, nem última vez que isso acontece.

O dia "zero".
Sem vontade, sem desejo, sem problemas.
... zero.

Não quero voar, não quero pensar.
Agir? Nem cogite...
Hoje eu não quero.

O dia vai acabar mais cedo pra mim, e acabará como se nunca houvesse acontecido/existido.

Enfim, eu continuaria a escrever... mas não quero.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os Sabres paradisíacos, e a Orquestra de Pinguins


- Onde estou? - indaguei, ao recuperar a consciência.

Olhei em volta; campos silvestres, céu limpo e sons harmoniosos.
Harpas, sinos, violões, pianos e outros sons os quais não conseguiria descrever ou nomeá-los.
Ninguém... somente eu, e a vegetação local.

Meio atordoado, meio grogue... levantei.
Parecia um sonho... quiçá fosse um sonho.

Vida?

"- Acorde! Acorde! A história de luz! O vento eterno!" - uma voz ecoou, do nada.

De algum modo, aquilo me deixava calmo.
E, de repente, minhas asas cicatrizaram, e tornaram-se brancas.
Meus pés deixaram o chão.
Voei. Rodopios e diversas outras peripécias.
A gravidade desistira de me desafiar.

Cheiro... cheiro de liberdade!

Um portão imenso surge.
Seriam aqueles Pinguins, portando sabres de brilho nunca antes visto, os guardiões daquele lugar?
Tive medo, por mais graciosos e engraçados que eles fossem.

Mas, o que mais me chamou atenção, era que a melodia vinha de dentro dos portões.
Tão linda, suave, serena... orquestrada pelos Pinguins.

Um eclipse perturbador, fez com que eu voltasse a realidade.
Caí... e mais uma vez, estava inconsciente.
A escuridão.

Utópico? Talvez.
Surreal? Quem sabe...

São nuvens.
De pensamento, de chuva, de fumaça;
de poluição, de gás;
bela, artística, feia.

Como enxerga-as?
Como quer vê-las?

"So so."

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Revertério Neutral


Tem coisas que meu consciente digere involuntariamente, e ainda passa mal;
vomita, cospe, xinga, tem gastrite atacada e morre de úlcera, só por ver aquelas besteiras e futilidades.

Tenho dó.
Bando de babacas. Perdem a oportunidade de ficarem quietos.

É cada comentário idiota, feito só "por fazer", sem conteúdo que valha qualquer tipo de análise.(da mais esdrúxula, à mais complexa e profunda)
É uma submissão tão... animal.
E - pasme - COMPLETAMENTE DESNECESSÁRIA!!

Tenho dó... dessas pessoas que parecem copiar as futilidades dos animais, vulgos "irracionais".
Acho que um cachorro consegue expressar-se perfeitamente diante de outro cachorro.
Mas, esses idiotas... mal sabem a sua língua nativa.

Pior. São aqueles que "acham", que se entregam feito "bijouteria falsa, da pior qualidade".
"Lembrancinha, de festa de aniversário de pobre".
As fezes do rato leproso, que foi digerido pelo gato cego, que foi ferozmente devorado num churrasquinho grego, localizado no Parque Dom Pedro II.

Argh!
Asco supremo.

Sinceramente, espero que morram.
Da morte mais rápida, pra não terem chance de se reproduzirem feito baratas.

Aqueles mais próximos, dizem:
"Mas você deveria desejar o melhor, e assim, quem sabe, eles melhorariam o jeito de ser!"
Não... eu não espero.
Prefiro que morram pacóvios, contudo, rapidamente.
Bem melhor do que esperar milhares de anos, pra esses limítrofes evoluirem.

Francamente...

domingo, 26 de outubro de 2008

Sueño


"Under the sea, you cried for the unimaginable and for the impossible...

...utopian and abnormal."

Num fim de tarde, o sol, por detrás daquele imenso mar, feito esperança
Os delfins, e teus sons... sonares. Pela primeira vez, compreendi.

Sim! Nomes!

O céu. O sol. O mar.
E eu, apenas assistia. Apenas, ouvia.
Meu coração explodia, e meu êxtase era cada vez maior.
Tudo tão calmo, tudo ecoando com uma sonoridade serena. Tudo.

O cheiro, o som, o ar.
Não sei se flutuava no ar
Não sei, quiçá n'água.
Pois, era tudo tão surreal.
Pela primeira vez, posso dizer que conheci parte da perfeição.

A beleza.
Ó Beleza, minha vista amar-te-ás, se fores constante, afinal.

O sonho... tão raro.
Visita de minha Inspiração.
Quem se importa com a verdade, quando um sonho é harmonioso?

Vede... sois como terra.
És, pois, o solo fértil dos sonhos.
Floresça! Cresça!

Ó! Caminho!
Perfeição? Talvez.

"... and then, the wind gone wild.
He took it... the dream on course to perfection. "

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ansas


Ah, sinos! Teus sons... soais tão bem!
Minh'alma tão corrompida, destinada ao fogo da solitude.

E pensar...
... pensar me faz bem! A solitude me faz bem!

Posso não ser rei, mas já regrei este mundo.
Este e aquele.
Tenho controle, tanto emocional, quanto impulsivo!

Soai! Soai!
Vede! Refletes!
O espelho e tua verdade!
O reflexo, os detalhes!
Olhas apenas para ti... veja o vulto esgueirando por detrás de teu corpo, esperando apenas uma brecha para apunhalar-te!

Mas ouço! E como ouço!
Por razões, as quais não sei explicar... regro este mundo!
Conheço-te, sei manipular-te, e teus pontos fracos transparecem.

O calor feroz e indomável.
O algoz, o mentiroso, o mímico, a bela e a fera... todos personagens, não de uma ficção, não de uma fantasia; mas sim, de nossos pensamentos!
Fui Pierrot, mentiroso.. sou algoz, consumo minha besta!
Feri, e salvei a Bela.

Um Império gélido, corrompido e fétido.
A Resistência, ferve feito óleo quente, derramado sobre a pele dos heróis da fronte!

Enquanto o conflito prossegue, eu gargalho.
Não de sarcasmo, nem de ironia.
Felicidad! Alegría!

Sorriam, meus amigos!
Esbocem o melhor de teus lábios, o júbilo na expressão de teus olhos!
Deixe as chamas da ventura corroerem-te!

A sensação é doce! É oxigênio!
É música para teus ouvidos!

Sim! Queimaduras que ficam, e ainda ardem!
Sim! Cicatrizes que demoram a fechar, e talvez... talvez, nunca se fechem!
Mas, deixe o prazer, aproveite o prazer, seja o Prazer.
A dor virá depois... mas, pra quê, pra quê viver em dor? Por que não aproveitas a oportunidade de um momento de alegria?
Viva o contentamento, e deixe a ressaca do mar das mágoas levar-te até a maré da perdição!
Caleja teu coração, tua mente!
Deixe teus olhos verem, não limite-os!
Cegos guiar-te-ão? Não permita!


Trilhemos em direção ao som!
Soai! Soai, ó, Sinos da Liberdade!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Caminhando embriagado


A cada momento, cada instante, cada passo.
Se eu tropeçar, prefiro que riam, do que sintam pena.
Mais fácil... não me embaraço.
Nós, as linhas tortuosas e com destino incerto.
Tantas dores, tantas feridas... tudo abstrato, mas perto.

Se digo que faço, me chamam de insano, e dizem ser impossível.
Se faço o que digo, recusam-se a olhar.
Mágica? Algum artíficio maléfico, ou invisível?
Haha! Pudera eu... cegar teus olhos, apenas para me curar.

Torto, sinistro e agressivo.
Gélido, pútrido e perigoso.

Eles crêem? Você, crê?
Correria com a "manada"? Junto com aqueles que te atropelam?
Rá! Eu corro contra, e se precisar, machuco-os!
Dizem que te amam?
Você crê...?

Você.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Neutralizado?


Estou aqui sentado, tomando café, enquanto penso no quão ruim e bom pode ser um dia.
Um dia acabar "neutro", é bom? Um dia em que o bem te seguia, mas o mal te fazia tropeçar?
Acabar bem, mas pensar na parte ruim... acabar mau, e lamentar por não ter sido completamente bom.

Afinal...
Sabe? Eu posso dizer que estou bem.
Mas não tenho inspiração, pois ânimo e disposição tiraram férias.
Grandes números, o avião passa aqui, espalhando meus pensamentos com seu imenso barulho, assim como um vendaval numa pequena sala lotada de papéis.
Provavelmente, esta reflexão terminará confusa... ou talvez não.

Descobri que gosto de desafiar o frio.
Descobri, que gosto de correr na praia - fria e garoando - sem camiseta.
No começo a sensação é péssima, pois, ao mesmo tempo em que caíam gotas em meu peito, e escorriam até minhas pernas, eu agonizava.
Pois alí, onde gotas dilaceravam meus nervos, transformou-se numa armadura contra o frio... já não o sentia mais, e as gotas viravam uma massagem minuciosa.
Rá! Venci-o, e minha resistência era cada vez maior.

O Sol? Grande amigo de longas datas.
Já fomos inimigos, e minha pele foi queimada sem piedade, além de quê, dormir era agonizante.
Hoje... hoje saio no sol, mas ele não me atinge com tanta raiva.
E o protetor solar - haha - escorre em minha pele, junto com o suor.
Suor, que limpa minha pele; e todo aquele acúmulo de dor e ódio, sai pelos poros da mesma.

Num dia de sol, em que consigo recuperar algumas perdas.
Recupero minha esperança, minhas forças e minha essência.

Ahhh... o "tempo" que me aguarde.

Pois é, estamos em horário de VERÃO.
Estamos a meu favor.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mormaço de palavras


A insanidade me persegue.

Depois de vendavais, tempestades, tornados e terremotos, entrei em êxtase num dia de sol.
Alcei vôo, rodopios e outras peripécias, até minha fadiga esvair-se.
Quão bom... gastei toda energia - boa e má - com melhoras.

Céu limpo, o sol tão belo.
Céu, ainda limpo, estrelas e lua cheia.

Já não me sinto mais cego.
Já tenho disposição pra aguentar aqueles dias, cinzas e escuros, de tortura.
Que venham... estamos quase no fim, e o fim, promete.

Veja, que belo pôr-do-sol.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Virilité... Piano Oiseau


Vocês sabem pouquíssimo sobre mim.
Ou, acham que sabem.

Não há equívoco.
Afinal, vivo descobrindo.
Descobrir, mantém-me vivo.

Vocês, cegos e fracos de espírito;
à mim, digo, são como vômito.
Aliviam, contudo, estorvam.

Sou carne, sou afã.
De longe, azáfamo e sério.
Por perto, sou espirituoso e aprazível.
O vício e dor; consumo e cansaço.
Bom e delicioso; ânimo e disposição.

Contudo, sou um recurso àqueles que sabem usufruir.
O néctar, saboroso e doce, à não tão faminta boca.
Não sou megalomaníaco.
Depende de ti, saber diferenciar tolice, de verdade.
Pra que tanta seriedade?
Seja astuto.
Seja, quando necessário, inclemente.

Afinal, amor pode ser para os tolos;
quando bem utilizado e interpretado, para sábios.

sábado, 11 de outubro de 2008

Lâminas e suspiros


Ah! A negação...

Todos diziam... amigos, inimigos, parentes e desconhecidos.
Alguns, com o intuito de me empurrar para o penhasco;
outros, com o intuito de forçar-me a caminhar.

Sem objetivo.
Tudo é tão fácil pra quem vê. E agora?
Fraqueza de minha parte? Equívoco?
Não sei. Nem me importo.

Afinal, qual o propósito?
Eles só falam, só reclamam. Teus gritos me afligem.
Sinto que falhei. Ninguém disse, apenas o dia e minha intuição.

Sim! Falhei contigo... falhei convosco.
Agora fico aqui, novamente, nesse penhasco.
Sabe? A visão não é tão ruim, por mais que seja monocromática.
Vejo-os, comemorando.
Vejo-os, dando-me as costas.
Vejo-me, sentado, pensando.

Pensar dói.
Sempre tive essa conclusão, contudo, sou estúpido.
Quanto mais quero me libertar do sofrimento, mais quero pensar.
É um paradoxo.

O cheiro de cinzas, a angústia... a sua voz enfraquecida, enraivecida.

Ó besta, onde estás?
Não ruge com tua força, não percorre mais aquele caminho estreito?
Medo? Ira?
Sinto-me mais bestial do que ti.

Um chuva de espinhos finos... chamados "Saudade".
Fincam-se na pele, e só dói quando toco nos mesmos.
Um momento, e meu corpo absorve-os.
Vejo que aqui não é meu lugar, pois tudo mudou de uma forma tão drástica.
Eu mudei. E ninguém me conhece mais.
Poucos, são os que posso chamar de amigos.
Mesmo assim, a desconfiança ainda rodeia-me como uma labareda, cada vez mais forte.

Eu apenas assisto, e fico gargalhando.
Alguns acham que tem minha confiança... pouco sabem da "verdade".
Eles não tem a necessidade de saber, pois se a tivessem, haveriam perguntado, não é mesmo?

Perdoem-me

Não posso me acostumar a "estar".
Parece que, por mais que eu saiba atrair as pessoas, estou destinado a viver sozinho, viver feito um fantasma.
Poucos me vêem, alguns tem medo, e outros nem notam minha presença.
Não vou aderir "esse" defeito, como crueldade divina. Talvez, eu tenha escolhido "isso".
Sei conviver com "isso".
O problema, é quando faço contato... desacostumo.
Minha Consciência aconselha-me: "Não vá... eles irão esquecer de tua existência, e voltarás, deprimido, ao seu posto inicial".

Mas, como falei, sou estúpido.

Ironicamente, hoje senti saudades de algo que nunca vi, senti, ou cheirei.
É horrível. Péssimo, desgastante, além de ridículo.
Déjà vécu? Déjà senti?
Não sei.

Acho que estou enfraquecendo...
Preciso medir meus passos.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

The Edge


Mais uma vez. Outro dia.

Som baixo, a voz escorrida... tudo é tão triste.
Segredos, mentiras, e falsidades.
Uma pena. E o dedo, em riste.

Não é uma questão de dividir.
Estou respirando pó de vidro.
Liberdade? Ir e vir?
Pode ser. Marque para amanhã, não estou me divertindo.

Hoje não estou. Hoje, não sou.
Estamos feridos... Eu e eu.
Respirar cansa, e cansar, dói.

Me seguram... não quero.
Deixe-me pular novamente desse penhasco, de peito, em direção àquelas estalagmites.
Tuas mãos, tão tenras; teu toque, tão suave.
Essa sedução. Essa maldição.
Não há melodia, não há ave.
Não procurei, e caí num alçapão.

Ah, que preguiça.
Quero ficar caído aqui, sangrando.
Preguiça de agonizar, preguiça de levantar.

Deixe a maré me empurrar...


... até ela cansar.

Rumos


Cinza, gelado, péssimo.

E eu aqui... parado.

O guerreiro da fronte, que aguenta todos os golpes primários.
Aquele, que é capturado pelos inimigos, e dado como morto pelos companheiros... o pobre diabo.
Escapa, com as piores condições. Descalço num pântano mais venenoso do que um exército de Taipans.
Sobrevive... dado como morto pelos inimigos, e os companheiros chamam-no de desertor.

Tantas coisas, e aquele guerreiro vê, que não é um inútil. Tua vida tem propósitos.

"Pra onde ir? Com quem falar?
O quê falar? Por que?"

- Maldição... de que me adianta o dom e a habilidade, se oportunidades não surgem? - indagava.
- Talvez, alguém não queira que você morra... - respondia, sua Consciência.
- Mas quer que eu sofra, também. - retrucava.

Não podes procurar por verdades, pois necessita de um mínimo de oportunidade.
Descobristes as trevas, e parte do paraíso. Cumprirás tais tarefas que lhe foram impelidas?

- Não. Não mais irei viver pelos outros. - respondia, decidido.
- Então, que assim seja! Sigamos! - dizia a Consciência, alegre.

A verdade não importa.
Valores não importam.
Viva cada momento de glória e felicidade, para que a nostalgia valha a pena, guerreiro.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Chuva de brasas


Verdade seja dita.

Muitas vezes, detrás da besta, há um homem.
Aquele "pequeno"... o rapazote.

A casca que foi desenvolvida, a proteção e o veneno com a qual a verdade foi banhada, e o rapaz perde-se.
Tão sólida e resistente, que é impossível recuperar aquela... pureza.
Tudo caminhava de uma maneira tão lenta, contudo, quando olhei para trás havia caminhado por sobre três mundos... os piores.
Era tão péssimo, que me acostumei. Tornei-me um animal, uma besta, enquanto meu lado humano dava adeus.

O caminho era longo, e ainda não me acostumava com aquele corpo "bestial".
Forte, ágil, viril e sagaz.
A velocidade era intensa, constante. Percorria feito um lobo, e tinha a visão de uma águia.
Quando notei, já não era mais "eu". Eu era, mas não era "eu"

Fui fraco, e tornei-me um animal.
Sucumbi à besta, e a casca tornava-se mais sólida e grossa.

Cada vez mais, me sinto péssimo por ter que voltar aquele caminho... a pé.
Tenho controle da besta, mas a casca que envolve minha essência me desafia.

Somos um.
Mas não sou eu.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Big Sam, e o velho Morcego 204


Big Sam, como era chamado, o desconhecido da estrada.
Falava pouco, e por isso, pouco se sabia desse velho homem.
Possuía uma velha caminhonete, contudo, potente como um corcel bem tratado e forte como um leão viril e corajoso, a qual ele denominava "Morcego 204".

Big Sam aparentava ter um amor especial pela caminhonete... algo completamente bizarro.
Não tinha família, ou amigos. Todos temiam-no, pois algo em teu passado aterrorizava os preconceituosos.
Diziam que Sam envolveu-se numa briga em um pub - desses, em beira de estrada - e matou dois homens.
Outros, falavam que Sam não tinha moradia, pois havia assassinado a ex-mulher, e que a mesma assombrava a casa.

Estórias. Quem falava a verdade?

Tinham, também, as pessoas que diziam apenas que Sam era um velho caquético e anti-social;
Outros, diziam que o mesmo era tímido por causa de problemas familiares.

Bem, só digo o que já vi... Sam tem um bom coração.

Posso dizer que tenho uma vida normal.
Trabalho no Posto 708, o bebedouro dos que tem sede por aventura.
Sam sempre abastece comigo, porém, fala pouco. Ou melhor, o bastante.

- Pode encher o Morcego. - pedia, falando de sua caminhonete.

Contudo, em frente ao posto, uma senhora idosa guiando uma Opala 72, acertou um rapaz que dirigia uma Harley.
O pobre coitado, foi arremessado muito longe.
Big Sam pegou o velho Morcego 204, e correu para tentar ajudar o rapaz - nisso, a velhinha já havia se mandado.
Só ouvi Sam dizer:
- Volto para acertarmos! Desculpe! - disse, partindo com o rapaz ferido, logo em seguida.

Bem, não tardo a dizer que tudo passou por minha cabeça (essa é a desvantagem de se morar num lugar quase que isolado do mundo externo), desde Sam desmembrando o rapaz e vendendo os pedaços para alguma tribo de canibais, ou levando o rapaz para a cidade em perfeitas condições, e recebendo algum tipo de bonificação milionária pelo feito.

Já havia esquecido o fato, e Sam, já havia pago o que devia, quando o rapaz surge e pergunta:
- Onde está o senhor que socorreu-me aquele dia? Ele mora por aqui?
Expliquei a ele que nunca fiquei sabendo se Sam ao menos tinha uma casa.
O rapaz pediu-me um favor:
- Você poderia agradecer em meu lugar? Raramente passo por essa estrada, e temo que não possa agradecer ao senhor que me salvou... - olhou para baixo, respirou fundo e continuou - se possível, entregue isto à ele. - e entregou em minhas mãos, um envelope.
Respondi que sim, e o rapaz partiu, meio cabisbaixo.

Três semanas se passaram, e não tinha notícias de Sam.
Comecei a ficar preocupado quando o rapaz retornou para perguntar se eu havia entregado o envelope para Sam.
Disse que não via Sam, por quase um mês.
O rapaz mostrava-se decepcionado, e entregou outro envelope à mim, repetindo o pedido anterior.

Era domingo.
Recebi o jornal (entregue apenas nos finais de semana), e procurei por notícias que pudessem indicar algo relacionado a Sam.
Descobri na seção de finados, que Sam morrera de infarte.
A princípio, fiquei muito triste.
Achei que fosse maldade de minha parte, mas resolvi que abriria um dos envelopes, para ver do que se tratava:

"Pai, desculpe por ter ficado longe do senhor por todos esses longos anos. Achava que você fosse arrogante, egoísta, e ignorante, pois vovó nunca gostou do senhor, e falava coisas horríveis de ti. Tudo mudou, quando descobri que aquele homem que socorrera-me com tanto cuidado, era meu pai. Todas histórias, deboches, mentiras e fraquezas desintegraram-se para mim. Pai, volte pra San Francisco... temos muito para conversar

Joe"


É... acho que a vida não é tão justa.
Jurei a mim, que não abriria o outro envelope.
Não até minha pena por Sam esvair-se.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Vontade. Quero.


"Sinos bateram, e os sons repercutiram em todo meu corpo.
Amo estes sons..."

Aquela vontade súbita de escrever atacou-me.
Porém, minha inspiração não está presente.
Reviravoltas, e meu ser mudou num piscar de olhos... sem mentiras.

Sim! Num momento de morte e profunda reflexão em erros, uma vontade ENORME de estar alegre, flamejou em meu peito.
Não era eu. Faltava pouco.

Ó, mas que milagre! Finalmente, piedade.
Corpo, mente e alma, estavam fatigados de tanto agirem sozinhos. Nada bastava, e doía só de ouvir e respirar.

Após incendiar meu ego, fiquei um tanto livre.

Mas quero voar novamente... não com essa asa.
Dolorida, fatigada;
bela, e delicada.

Queres ser minha asa? Acompanhar-me, e estar ao meu lado?

Acompanhar-me-ás? Convido-te.

Amo-te, pedaço de mim.
Porém, é assim como te julgas, e não suportarás minha besta-fera por muito tempo.

Vita.
Alegria.