terça-feira, 7 de outubro de 2008

Chuva de brasas


Verdade seja dita.

Muitas vezes, detrás da besta, há um homem.
Aquele "pequeno"... o rapazote.

A casca que foi desenvolvida, a proteção e o veneno com a qual a verdade foi banhada, e o rapaz perde-se.
Tão sólida e resistente, que é impossível recuperar aquela... pureza.
Tudo caminhava de uma maneira tão lenta, contudo, quando olhei para trás havia caminhado por sobre três mundos... os piores.
Era tão péssimo, que me acostumei. Tornei-me um animal, uma besta, enquanto meu lado humano dava adeus.

O caminho era longo, e ainda não me acostumava com aquele corpo "bestial".
Forte, ágil, viril e sagaz.
A velocidade era intensa, constante. Percorria feito um lobo, e tinha a visão de uma águia.
Quando notei, já não era mais "eu". Eu era, mas não era "eu"

Fui fraco, e tornei-me um animal.
Sucumbi à besta, e a casca tornava-se mais sólida e grossa.

Cada vez mais, me sinto péssimo por ter que voltar aquele caminho... a pé.
Tenho controle da besta, mas a casca que envolve minha essência me desafia.

Somos um.
Mas não sou eu.

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