segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Inconclusão e desconsciência


Escuto o som dos teus passos... o solo denuncia-te.
Levanto meio sonolento, e aguardo.

Pensei em diversas situações, mas o principal não passava por minha mente e eu não conseguia refletir, pois era flagelado pela tensão. O telefone tocou. Não atendi.
Continuei ouvindo os passos, e como defesa, peguei uma barra de aço que servia de suporte para minha luneta...

Tanto tempo contemplando o céu estrelado, querendo ver cada vez mais longe.
A extensão daquilo era tão... confortante. Por mais que eu me sentisse ínfimo naquele espaço, sentia como se o mundo quisesse me presentear com o supreendente.

Novamente, os passos... voltei.
Fiquei à beira da porta, só esperando-te para ocorrer a surpresa... minha, ou sua.
Perdi-me nos detalhes entalhados naquela porta, e voltei à juventude.

Quando minha avó pediu que fizessem aqueles detalhes na porta do quarto que, antigamente, era de meus pais. Houveram alguns problemas, e tiveram que refazer os detalhes.
Naquela semana, minha avó ficou doente, muito doente... mas resistia.
Fui visitá-la, e ela perguntou:
- Os entalhes... foram terminados?
Respondi:
- Ainda não, vó. Os responsáveis disseram que haviam cupins consumindo rapidamente a madeira, e que teriam que mexer em muitas coisas alí.
Notei que eu teu rosto, mostrava decepção.
Quando os entalhes foram terminados, estava um tempo sem visitá-la, mas estava ansioso para contar que haviam terminado.
Meus pais estavam resolvendo um problema na loja que possuíam, e eu estava sozinho, quando recebi uma ligação dizendo que vovó havia falecido.
Descobri, depois de muito tempo, o que os entalhes queriam dizer. "Supplere".

Voltei minha atenção para os passos, que aparentavam estar cada vez mais próximos.
O que poderia acontecer? Por que aquilo estava acontecendo? Devia acontecer?
Quando chegara em frente a porta de meu quarto, esgueirei-me bruscamente para ficar cara-a-cara tive duas conclusões:
1ª, ando paranóico demais.
2ª, preciso cortar as unhas de Lucky, e dar menos comida para o mesmo.

Sim, era Lucky, meu cão. Um pouco acima do peso, e com suas grandes unhas... até estranhei o mesmo não ter latido.

Juro... por um momento, para os que não entenderam, achei que um estranho tivesse adentrado em minha casa.

"Homem contra o homem.
Homem de encontro ao homem."

Nenhum comentário: