quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Polimorfo


Meio "assim".
Indiferente, presunçoso, insano.
Uns idiotas, sabe?

"Ah! Mas viram-te ali, entende?"

Acordavam, almejando minha cabeça... numa bandeja dourada.

"E, sim! Ó, Sim! Mas estou ferido, e minhas pernas estão completamente fatigadas."

Frases que atingiam, não os ouvidos, mas sim, a pele.
Atravessavam, feito flechas de ácido.

"Mentira!!! Mentira!"

Numa tentativa fracassada de ajudar, e prosseguir com um caminho de verdades.
Aqueles, que tentaram e falharam. Todos. Sem exceções.

"Vejam! Está ali!"

Tentaram, e tentaram.
E eu, em meu velho casebre. Minha concha solitária, meu lar, meu abrigo da solitude.
Apenas quis paz, depois de ser açoitado por tanto tempo.
Vinguei-me, e vim pra cá.

"Maldição... perdi de vista. Deve ter entrado naquela floresta escura."

Alguém havia invadido minha privacidade.
Ferido, amedrontado, sem apoio.
Estava lá, o pequenino.

"Tomem cuidado! Tomem muito cuidado!"

Alguém batia enfurecidamente em minha porta, mas nada falava.
Perguntei, gritei. Nada.
Sem escolha, uma hora a porta iria ceder.
Pra quê adiar? Se eu fosse morrer, aquela seria a hora.

"É noite. Perigoso demais! Voltemos!"

E então, abri...

"O que foi isso? Ouviram algo?"

Uma dor imensa tomou conta de meu corpo e mente.
Meu coração ardia, meus pulmões eram esmagados, todos meus nervos estavam apertados e meus músculos contraíam-se, causando uma dor ainda maior.

"Esperem... acho melhor verificarmos."

Quase um coma. Não me lembro de nada.
Ou melhor... não quero.

"Ei, ei! Não vão muito longe!"

Eu vi. Em minha essência, haviam dois símbolos.

"Meu Deus! Corram! Corram!"

Já não era mais "eu".
Agora...

"Evanesceu! Mas... como?"

...sou "Eu".
Minha força e espírito, foram fortalecidos.
Minha mente abriu-se, e criou um novo mundo.
Tive medo a princípio... mas, eles viram.
Todos. Os tolos e sábios.
Novos mundos, novos oponentes, novas pessoas.

Morro por meus sonhos.
Morro...

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