domingo, 13 de abril de 2008

Morticídio "seco"


Um "não" é ouvido, e um calafrio percorre-me a espinha.
Em questão de milésimos, sinto algo horrível, como uma rajada de balas, ou ácido corroendo-me lentamente por dentro.
Um choro seco percorre meu peito, que se dispersa em suspiros dolorosos, aumentando cada vez mais minha agonia.

Outro tiro, desta vez mais seco, se aloja em minhas costas... outro arrepio.
Já estou caído, e ainda insistem em fazer-me sofrer.

Eles desistem, pois cansaram de chutar um cão, morto e derrotado.
Algo despedaça-se por dentro, e a compaixão não existe mais.
A frieza domina mais uma vez, e mergulho num oceano de amargura.
Nada mais a fazer, apenas vivo o momento.
Fui servo, e virei um rei.
Caí, mas novamente subi, não tão alto quanto um rei.
Agora, apenas resto.
Sou a escória.

Não se sobe sem luta... estou lutando pra me recompor.
Sinto um estalo seco, bater sobre minha bochecha.
É a vida, dando-me outro beijo de boa sorte.

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