quarta-feira, 9 de abril de 2008

Alma Congelada


Instinto.

"Por que dormes, sob os dedos?
Por que vigias, e não cessa para um breve descanso?
Por que garantes teu pão, como se teu alimento fosse escasso?

Afinal, por que ages feito um verdadeiro animal?

O quê? Mas não és um lobo, pobre diabo... sinta-se livre, vivemos em liberdade!
Não, não sou um demônio com a intenção de tentar-te!
Me chamo Delusorio.

Agora sabes meu nome, mudastes de idéia sobre minha pessoa?
Siga-me! Mostrarei lugares nunca antes visitados, riquezas inexploradas, e sabedoria inesgotável.

É claro, pobre diabo.
Tudo tem seu preço! Importaria em desvincular-se de certos vícios?
Afinal, haverão novos vícios e prazeres inimagináveis! Perde-se uns, ganha-se montes!

Não precisa fechar a guarda, tolo.
Se te ofereço, é porque sou teu amigo.
Obviamente, sou mais forte do que ti, o que me impede de levar-te à força?

Não, pobre diabo!
Isso é arriscar tua própria vida, não desejo lutar!
Não me dê as costas... por favor!

Confesso.
Sim, tudo não passa de ilusão.
Mas vale, levar tua vida como um idiota, já desgraçado?
Quem amas nesse mundo? Vives com sua própria companhia.
Achas o bastante?

Deixo-lhe em paz, pobre diabo.
Mas saiba! Haverão outros seres, dispostos a lhe vender a alma, pelo que carregas!
E os mesmos, podem ser piores do que meu ser!
Venenosos como cobras, ágeis como roedores, esguios como sombras."

...o pobre diabo, volta à seu mundo solitário, agindo como um lobo errante; comendo restos, vigiando por cima de seus ombros, dormindo sob a ponta dos pés. E o demônio, vanesce.

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