domingo, 28 de dezembro de 2008

Olhando, e olhando...


Escorre, feito lava
queima, feito lava
arde, feito lava.
Curva-te!

Dói, tanto
em mim, quanto
em ti.
Deita-te!

Enquanto corres
aos braços da Morte,
fortaleço
meu corpo.

Chame "carcaça",
pois você, torpe,
nem resta,
nem presta.
Apodrece...

Arrependimento, eu chamo
desventura, maldição.
De quem é a culpa?
O que é culpa?
Algumas mentiras.

Correndo contra
o vento, lutando
à mim, à ti,
salvo-nos.
Olha pra ti!

Turva, a tal água
teu rosto, sujo
da lama negra.

Fraqueja,
longe de mim.
Morra,
longe de mim.

Deixe-me sozinho
com meu ego
pelego, cego.
Ojerizo, odeio,
morro aos poucos.

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