quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Lamento Heróico


Todas as forças relutantes em meu corpo, resolveram dar uma trégua e sentir a contagiante alegria neste mundo, o qual eu repudiava, e ojerizava. Resolvi que iria ouvir as segundas palavras, que iria conseguir deitar minh'alma dolorida em grama macia, e que aumentaria minha sede emocional.
Desmontei a muralha em meu peito, apenas com meus punhos e canelas.
Luto nesta guerra com os pedaços da muralha, transformados em uma armadura... uma carapaça sórdida e amarga. Mas só serve em batalhas.

Minha face, não é múltipla... uso apenas uma máscara.

Continuo achando que dor, é pra fracos. Sofrimento, é uma alternativa, que os fracos conformistas escolhem.
Meu ódio e ego, são inerentes, infelizmente. O único amor... amor próprio. Esse, levarei até meu túmulo.

Um novo sabor para 2009.
O sabor divino, com tuas mãos celestiais, curando minhas feridas.
Pelo teu Sol, estrelas e Lua,


Obrigado, Deus.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Straight Focus

Ah, a liberdade...
movimentos precisos,
pensamento agitado,
tudo focado, e alinhado.

Um homem, um mundo
seus limites respeitados,
lição de vida, sideral.
Medos e obstáculos, superados.

Perfeição? Impossível?
Inexistente.
Viril e virtuoso,
fuga pela tangente.

Negaram possibilidades,
queimaram tuas raízes.
Homens resgatados,
frutos da tenacidade.

Capacidades e
resistência natural,
domina teus movimentos
persevera em teus argumentos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O bom amigo


Era um daqueles dias, em que o tédio invadia e assolava meu ânimo, eis que, um velho amigo me convida para uma daquelas reuniões de "bons amigos". Sim, pois ali, um dos seus melhores amigos não vai com a cara do outro, que tenha picuinha com fulano, que fulano não gosta de ciclano e, por fim, sempre tem aquele rapaz metido a "Don Juan" com quem ninguém vai com a cara.
Enfim, sem titubear, fui. Já tinha me arrependido de aceitar tal convite, mas morrer de tédio não é solução.

Chego, aquele abraço de bons amigos (o anfitrião é costumeiramente um excelente amigo, contudo, intolerante a atrasos) e ele cobra:

_Pô, cara! Que demora, hein?
_Vim caminhando. Sem grana pra ônibus, diabetes... sabe como é. - respondi, com sorriso blasé e tom irônico.
_Continua o mesmo! Maluco! - dizia, e gargalhava.


Bem, num modesto gesto, acenei para os 3 presentes, apenas um rosto me era desconhecido, e cumprimentei a namorada do anfitrião (gente boníssima, só meio... excêntrica), e segui à mesa, para entrar nos jogos, papos e afins.
Clima de taverna medieval, todos comendo petiscos e falando besteiras nostálgicas, aquela zoeira dos dois que aparentam ter ódio mortal do desconhecido (ciúmes do amigo novo?), e até a namorada do anfitrião já havia se enturmado com os bárbaros famintos e insanos.
Papo vem, cerveja vai, todo mundo rindo sem problemas, até que o bom amigo sugere uma pizza, e requisita à mim:

_Faz um favor? Pega minha carteira na mochila ali, encostada?
_Sem problemas. - respondi, e tornei a procurar a carteira, na mochila encostada no canto do salão.

Achei a bendita carteira, mas estava junto de uns daqueles souvenirs de motel.
Eu fiquei pensando em tirar um sarro, mas resolvi guardar o comentário para outro momento mais propício (resumindo: que não fosse em frente a namorada do camarada).
Entreguei a carteira, e desci as escadas para buscar mais uma caixa de cerveja.
Subindo, vi que ele pediu ao desconhecido que buscasse algo na mochila (as chaves do carro, talvez) e o rapaz, todo serelepe, foi cambaleando até o destino.
Todos na mesa conversando, eis que um grito, meio embriagado, ecoa o salão:

_Ê! Marcião, tá comedor hein? - gritou, mostrando os "souvenirs de motel" (ok, ok... shampoos, e sabonetes, pra quem não sabe), como se fossem troféis de caça.

Olhei pro lado, a namorada dele fechou a cara (depois que eu fui saber... ela era virgem), levantou-se e desceu, direto à porta de saída.
A reunião acabou ali, o clima ficou chato, todo mundo foi embora... e o bom amigo, expulsando o desconhecido com tabefes e chutes, enquanto corria atrás da ex-namorada.

Confesso... assisti de longe, morrendo de rir.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Saudade


Trinca no peito,
respirar, dói
até esquecer.

Pé na estrada.
Quando volta?
Volta...?

Em sumo, todos
os momentos
os amigos,
comigo.

Ou tudo aquilo
que se foi,
não volta.

Pessoas e objetos,
hora ou dia,
nostalgia.

Silenciada a
brisa matinal,
bate na janela e consigo
traz a praia.

Eu vi,
ouvi
maior insanidade:
saudade.

Mais um dia


Não se lembra,
não te recordas.
Sol e chuva,
Lua e brisa.

Um som, um violão
surge o som,
morre um tom.
Perdão.

Chove chuva
catavento,
um tormento,
estou sedento.

Te solta, padece
sutil e enfadonho,
nada se parece,
com aquele sonho.

Se você quiser,
ainda danço com você.
Sob as nuvens,
e teu coração bate.

Animal sofrido,
besta selvagem.
Homem sórdido,
esperando que lhe salvem.

Este lugar, tão fechado
o caos peregrina,
mas a alegria cresce
e a sordidez, termina.

Menos correntes,
ego semi-morto
feliz, mais que feliz
um tonto.

Ah, mas agora...
agora, eu desejo.
Tudo vai mudar,
quem sabe, posso voar?

sábado, 3 de janeiro de 2009

Fragments I

Uma virtude que ainda persigo... ou ao menos, tento.

Todos vêem uma imagem cética e colossal, como se fosse um abismo, ou uma garoa irritante.
Calmaria, mas a alma é perturbada. Um dom, acompanhado de desgraça.
Sempre assim.
Tudo parece porcelana, e o resultado é o mesmo.
Tão linda, tão frágil. Quebra-se, pra nunca mais... a vida.

Talvez, viver seja uma virtude à mim.
Levantar e seguir é um tormento.
E o mais irônico, é que desperdicei a morte diversas vezes, como se ela não existisse... ou como se tivessem pena de minha alma. Não é lucro.
Vivo com aqueles que amo, mas não posso mais ficar. Tudo se perde em minha vida, tudo o que amo, some. Não consigo mais criar apego por pessoas, pois meu destino torna-se mentira.
Não tenho rumo, percebi... se não posso chegar no fim tão rápido, então caminho lentamente.
Tropeçar não é necessariamente um erro mas, sim, um desvio de cursos.

Sou um poço de esperança alheia, que só porta decepção.
Ilusão? Só nos sonhos... se é que eles existem.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Alegria


Explosão alegre
cores corantes
todos sorrindo,
contagiantes.

O sórdido feliz
estava
nunca chorava,
felicidade, num chafariz.

Sorria, abria
a válvula de escape,
borbulhava de alegria
e o amor,
permitia.

Feito a janela,
aberta pela primeira vez;
feito um pássaro,
livre.

Alegria que explode,
que invade
meu corpo, repleto,
completo.